Zezé Perrela rebate acusações e questiona Kalil


Para quem pensava uma rivalidade apenas no campo, para o clássico desse domingo, passado, se enganou. Como o rival, o Cruzeiro também encaminhou para a FMF, Federação Mineira de Futebol, lances da partida, onde contesta a falta de honestidade e bom senso do arbitro, Alicio Pena Junior.

Na carta divulgada no site, o presidente lembra que o Sr. Alicio Pena Junior, em 2007, contra o Ipatinga, simulou uma cabeçada inexistente, do zagueiro Andre Luis, contra ele mesmo.

O presidente da Raposa se diz surpreso quanto a declarações do presidente do rival, quanto a escalação de um juiz mineiro, lembrando que na reunião que antecedeu o clássico, a Raposa sugeriu um arbitro de fora do estado. 

Confira a integra da carta de Zezé Perrela 

“A atuação do árbitro Alício Pena Júnior foi considerada ruim por todos aqueles que acompanharam o clássico do domingo. Ao deixar de dar uma falta a favor do Atlético-MG próxima à área do Cruzeiro nos primeiros minutos da partida, o juiz se descontrolou e passou o restante do jogo tentando fazer média com o nosso rival. O que vimos na seqüência foi uma atuação lamentável, com o árbitro errando em diversos lances e nos prejudicando terrivelmente. A confusão foi tamanha que Alício marcou um pênalti inexistente para o Atlético-MG no segundo tempo e ainda deu cinco minutos de acréscimo na segunda etapa, sem nenhuma justificativa para tamanha prorrogação. 

Em boa parte, os absurdos cometidos pelo árbitro se devem à pressão que o mesmo sofreu desde o erro no primeiro lance. No intervalo o treinador do Atlético entrou em campo para reclamar com Alício, mas o atônito árbitro não tomou nenhuma providência. É bom lembrar que em 2007, em um jogo do Campeonato Brasileiro contra o Botafogo no Mineirão, o Cruzeiro teve seu treinador excluído do banco por também ter entrado em campo no intervalo para conversar com o árbitro Leonardo Gaciba. Julgado posteriormente, Dorival Júnior recebeu uma suspensão de 120 dias.

Nós, do Cruzeiro, nos sentimos profundamente prejudicados mais uma vez por esse mesmo árbitro que, em 2007, já havia sido personagem de outra partida igualmente conturbada da nossa equipe no Campeonato Mineiro contra o Ipatinga. Na ocasião o senhor Alício Pena Júnior simulou uma suposta cabeçada do zagueiro André Luiz em seu rosto. No primeiro julgamento nosso jogador chegou a receber uma suspensão de 120 dias, mas, posteriormente, o STJD reconheceu a encenação e, além de reduzir a pena do zagueiro, afastou Alício Pena Júnior da arbitragem por 60 dias. Apesar de tudo, jamais, mesmo com as barbaridades daquele caso, o Cruzeiro atacou a honra do cidadão Alício Pena Júnior, que sempre foi respeitado pela nossa instituição como homem e pai de família.

O que nos causa muita estranheza agora é ouvir de jornalistas que Alício Pena Júnior sempre foi um árbitro fraco e que nunca poderia ter chegado ao quadro da FIFA. Não era assim que o até então respeitado Alício Pena Júnior parecia ser tratado pela imprensa. Durante sete anos consecutivos ele foi escolhido pelos veículos de comunicação o melhor árbitro de Minas Gerais e recebeu o Troféu Guará.

Por fim, gostaria ainda de esclarecer que a posição do Cruzeiro era a de que a Federação Mineira de Futebol escalasse um árbitro de outro estado para apitar os clássicos. Mas, em reunião recente na sede do Atlético-MG, com a presença do presidente da Federação Mineira de Futebol, senhor Paulo Schettino, o presidente Alexandre Kalil foi contra a nossa opinião e disse que defendia a arbitragem de um mineiro no clássico. Ora, os fatos parecem incoerentes. Se o presidente Kalil já desconfiava há anos da seriedade da direção da arbitragem mineira por que ele não concordou com uma arbitragem de fora?

O que o Cruzeiro Esporte Clube defende nesse instante é que sejam apuradas todas as graves denúncias feitas nas últimas horas. E que os responsáveis, caso existam, sejam punidos.

Um abraço,

Zezé Perrella
Presidente do Cruzeiro Esporte Clube”