Uma nova realidade


Salve, Salve Nação Azul! Nestes tempos de globalização econômica, no futebol, ainda há muita centralização de investimento e mídia. Estou me referindo ao eixo Rio-São Paulo. Nos idos década de 90, tudo levava a crer que o Cruzeiro, definitivamente, se equivaleria ao poderio econômico dos clubes do Rio e principalmente de São Paulo.

Em 1998, a Hicks & Muse firmava um contrato de patrocínio e inter-relação na gestão da marca Cruzeiro. O que inicialmente era motivo de desconfiança por parte da Maior Torcida de Minas, firmou-se como uma parceria solidificada, trazendo diversos e bons frutos. O maior deles foi a contratação do lateral-esquerdo Juan Pablo Sorín, titular da seleção Argentina e ídolo do River Plate. Até então, era a maior contratação de um jogador estrangeiro feita pelo futebol Brasileiro.

Com a ajuda da  financeira estadunidense, o Cruzeiro se solidificou no cenário nacional como modelo de gestão e estrutura, tornando-se assim, a preferência de qualquer jogador durante o período de transferências.

A parceria não durou muito. A estratégia deles era o merchandising esportivo. Porém, o merchandising esbarra no que esbarra toda economia: o poder aquisitivo do povo.

Apesar da parceria não ter durado até 2003, o sucesso daquele ano foi ainda fruto do generoso apoio financeiro da Hicks & Muse.

De forma imponente, o Cruzeiro mostrou todo seu poderio contratando protagonistas dos principais clubes paulistas. Contratou o treinador Vanderley Luxemburgo junto ao Palmeiras, Deivid veio do Corinthians, Maldonado do São Paulo e Maurinho do Santos

Para os aficionados do futebol, era inacreditável como um clube Mineiro literalmente depenava os clubes paulistas.

Depois daquela última leva dos benefícios deixados pela Hicks & Muse, o Cruzeiro nunca mais foi o mesmo. Passamos por um período de 3 longos anos – 2004 até 2006 – disputando posições intermediárias na tabela do campeonato Brasileiro, até uma ligeira reaparição em 2007.

Hoje, adequado à realidade financeira que o cabe, o Cruzeiro tem uma política de contratações relativamente modesta. Nossa maior estrela, Kleber, chegou graças à transferência de um jovem valor das categorias de base, Guilherme.

Infelizmente, hoje, o Cruzeiro recebe de seus patrocinadoroes, em média, um terço do que recebem os grandes clubes de São Paulo e alguns do Rio. Diante deste novo cenário, onde o Cruzeiro caminha pelas próprias pernas, torna-se uma tarefa delicada competir por grandes contratações com estes clubes do “eixo-do-mal”.

O que vemos hoje, são notícias de que estes clubes estão tirando jogadores do Cruzeiro. Todo aquele respeito pela força do Cruzeiro fora das quatro linhas está cada vez mais superado.

O fato de sermos o maior clube do Brasil no século XX, mostra o quanto o Cruzeiro é um clube bem gerido. Com renda muito inferior às de seus principais rivais nacionais, o Cruzeiro, ainda sim, obteve extremo sucesso nos certames do futebol.

O fato de hoje haver uma nova realidade econômica no clube, não impede que a torcida tenha esperanças de um ano muito melhor do que o que se foi.

O que podemos fazer para ajudar a mudar esta situação? – Precisamos aderir, de forma definitiva, ao projeto Sócio do Futebol. Hoje, os clubes onde os torcedores seguiram este caminho colhem bons frutos.

Saudações Celestes!