Sonho Azul


Sonho Azul - Cruzeiro Esporte Clube

Esta noite sonhei. E era um sonho estrelado, azul.

O Mineirão estava tão cheio, mas tão cheio, que parecia bater aquele recorde de 1997, em que a China Azul colocou 132.834 torcedores no estádio.

Lembro-me que Fábio vestia-se de amarelo, como Raul. E exibia-se com perfeição, sem deixar a bola balançar a rede. Também como Raul.

Ceará estava impossível. Com vitalidade de menino, subia com rapidez ao ataque e cruzava na medida para Borges. Lembrou Maurinho.

E Dedé, o que falar de Dedé? Era impossível vê-lo em meu sonho e não se lembrar de Luisão. No alto, por baixo, na corrida, na disputa mano a mano… Dedé mitou no sonho.

Já Bruno Rodrigo era só serenidade. E simplicidade. A bola vinha por cima e ele ‘tum’, tirava. A disputa era por baixo e ele ‘tum’, desarmava. Simples como Gottardo. Irrepreensível como o nosso capitão América.

 Egídio também aparecia no sonho. Ele tinha um motorzinho nas pernas que o fazia “costurar” os adversários até a ponta e cruzar na área. Nesses momentos, o telão do Mineirão mostrava Sorín na arquibancada, aplaudindo nosso novo “Juan Pablo”.

“Niltão! Niltão”, gritava a China Azul a cada jogada de raça do nosso “volantão papo sério”. Nos carrinhos, parecia Fabinho. Nos chutes “fraquinhos”, Ricardinho. Na hora de impedir o adversário, encarnava o Ademir. Enfim, jogou pra danado, fazendo lembrar Maldonado.

Já Lucas Silva, confesso, não sei se estava no jogo que sonhei. Eu me esforçava para ver o garoto, mas só enxergava o Douglas. Será que nosso ídolo dos anos 80 e 90 voltou a jogar? Se voltou, benza Deus, que craque!

Mas o Goulart estava! Este não tenho dúvidas que estava. E jogou muito. Armou e desarmou. Passou e interceptou passes. Fez gol e evitou gol. Foi um monstro polivalente. Como era Zé Carlos.

“Alex com a camisa 17?”, eu me perguntava no sonho. Só depois de um tempo percebi que aquele não era o Talento Azul, mas o garoto-prodígio Éverton Ribeiro. Não tenho culpa de fazer confusão. A culpa é de Everton Ribeiro, que fez gol de placa à la Alex.

Barbaridade o que jogou William nesse jogo. Foi inevitável não lembrar as atuações de Palhinha I, Roberto Gaúcho e Aristizábal com a camisa celeste.

Tinha o Borges também no sonho. Com fome de gols decisivos, como Marcelo Ramos, e fúria de gols como o Furacão Jairzinho.

Resultado: Cruzeiro 3 x 0 Botafogo. Gols de Ricardo Goulart, Everton Ribeiro e Borges.

Acordei do sonho. Sorri e, em seguida, fiz figa para que, daqui poucas horas, o sonho se transforme em realidade.

Levantei cantando: “É hoje o dia da alegria. E a tristeza, nem pode pensar em chegar”.