Sinais de inteligência. Que continue assim…


As vendas, dispensas e contratações de 2013 não são espetaculares, mas esperamos que os erros de 2012 não se repitam.

Amigos leitores, este período de “entressafra” do Cruzeiro, esta transição entre o ano de 2012 e a temporada 2013 não deve ser analisado “no impacto de cada notícia”.

Digo isto por vários motivos. Primeiro, vejamos a cena de maior impacto, a venda de Montillo para o Santos e a chegada de Henrique como “contrapeso”.

Minha primeira reação – e a de muitos torcedores – foi de revolta com as etapas da negociação. A diretoria negando o fato, o jogador em férias, a confirmação no dia seguinte ao aniversário do clube, os valores da venda “debaixo dos panos” e o jogador que “veio na troca” é mais um volante e que está retornando de cirurgia.

Tudo isto revolta qualquer torcedor que, como eu e a maioria dos leitores, leva o Cruzeiro nas veias e sempre quer disputar títulos importantes. Todos consideravam Montillo como peça fundamental neste objetivo.

Por outro lado – e apenas alguns dias depois da venda – o que aconteceu? Este mesmo Montillo, que não era NADA antes de chegar ao Cruzeiro, que a torcida abraçou como ídolo, cujo filho teve seu nome cantado, simplesmente saiu do clube que lhe ofereceu TUDO na vida (salário, fama, entre outras coisas) sem dar nenhuma entrevista coletiva. Nenhum adeus, nenhuma nota de agradecimento ao Cruzeiro, por menor que seja.

E, pra piorar, ainda chegou ao Santos falando que “voltou a ser menino”. Também, com o salário que ele deve estar ganhando, qualquer um estaria rindo…Seria Montillo mais um mercenário do futebol? Ou apenas um profissional extremo?

Agora não importa mais nada disto. Ele é simplesmente ADVERSÁRIO, e deveria ser tratado pela torcida do Cruzeiro desta forma, de hoje em diante – como alguém que devemos vencer para ver nosso clube no rumo das conquistas.

Montillo não deixou de ser craque, não deixou de ter sua importância para o Cruzeiro nos últimos anos, por causa desta negociação. Entretanto, para mim ficou mais do que evidente, está “na cara” que os dois últimos anos de mau desempenho estão relacionados com DINHEIRO, APENAS DINHEIRO.

E por isto, ainda no processo de reformulação que o Cruzeiro está passando, a saída de Montillo não deve ser encarada somente como “perda irreparável”, mas sim como “fato inevitável no mundo do futebol”.

E, se aconteceu mesmo, que venha o seu sucessor. “Rei morto, rei posto”, já dizia um velho ditado.

Ainda olhando as notícias com mais calma, tirando a perda de Montillo, vamos ser honestos, o restante das notícias tem saldo positivo.

Claro que não estou aqui para tampar o sol com a peneira. Jogadores como Lucca (ex-Criciúma, outro que está voltando de cirurgia), Ricardo Goulart e Egídio (ex-Goiás), Uélliton (ex-Vitória), Nílton (ex-Vasco) o próprio Henrique, até mesmo Diego Souza e Éverton Ribeiro, não são unanimidades, para “se buscar no aeroporto”.

Numa primeira olhada, para os mais “desavisados” estes nomes poderiam lembrar os medíocres contratados nos últimos anos – como Ortigoza, Reis, Farías, Bobô, Cribari, Fábio Lopes, Gílson, Amaral, Rudnei, Rafael Donato, Mateus, entre outros que me lembrei sem fazer força.

Todos os contratados, entretanto, têm uma diferença fundamental em relação aos dos anos anteriores –  praticamente todos eles estavam sendo cogitados para serem reforços em outros clubes de destaque do Brasil.

São jogadores que, de verdade, “têm lenha para queimar”, tiveram bons destaques recentes, não apenas alguns bons jogos isolados – Egídio foi bem no apoio ao ataque, Ricardo Goulart é um meia que sabe segurar o jogo, Lucca é bom nas assistências, Nílton é forte nos chutes de longa distância, Henrique, Éverton Ribeiro e Diego Souza são conhecidos. Só faço uma ressalva a Paulão e a Nirley que, numa boa, estes eu nunca vi jogar.

Não podemos deixar de lembrar que, com toda esta turma que chegou, uma verdadeira “leva” de bondes deixou o Cruzeiro – e a simples saída dos inúteis já é uma boa notícia. Estamos livres, pelo menos por enquanto, de jogadores como Amaral, Gílson, Diego Renan e Fabinho (coitado do Criciúma), Mateus (coitado do Sport), Pedro Ken e Sandro Silva (coitado do Vasco), e o COITADO DOS COITADOS, o West Ham-ING, ainda fez o favor de levar Wellington Paulista embora.

E para finalizar, outra boa cartada da diretoria, contratar Dagoberto para ser o jogador de velocidade do ataque. Tomara que a comissão técnica do Cruzeiro seja competente para colocar este atleta em condições de jogo, porque ele tem muito talento e muita capacidade para ajudar o nosso clube. Finalmente, depois de muito tempo, temos três jogadores de respeito no ataque (além de Dagoberto, Borges e Martinuccio).

Se não foi a “entressafra” dos sonhos, pelo menos mostra um pequeno sinal de inteligência da diretoria – mudança na mentalidade e na política de contratações.

O horizonte é bom. Vamos torcer para Marcelo Oliveira honrar seu costume de montar equipes com bom toque de bola e velocidade.

Abraços a todos