Sete e trinta, dois por dois, quarenta e quatro: não pode ser tão difícil


É o tamanho da trave de um campo de futebol. 7,32m de largura por 2,44 de altura. Mandar um esférico ali dentro não parece ser tão difícil e não deveria ser mesmo. Mas a grande incompetência do time do Cruzeiro no jogo de ontem e nos últimos três anos é concluir para o barbante as oportunidades criadas à torto e a direito. E isso novamente nos custa uma classificação, uma vaga na final de um campeonatinho mequetrefe, mas ainda sim, um torneio que estávamos disputando e tínhamos a obrigação da conquista.

Pensem bem, se o time de 2013 ou 2014 fosse mais competente nas finalizações. Teríamos ganhado os Brasileiros e os demais títulos com antecedência muito maior, porque éramos um time muito mais qualificado que os outros. Ontem tivemos várias oportunidades para vencer e desperdiçamos com Damião, Marquinhos, Willian e Léo. Fomos incompetentes e por isso nos tornamos susceptíveis a ação do árbitro. Acertar o pé é essencial para que esse time vá adiante. Criticar o Marcelo Oliveira é uma covardia, ele não tem culpa das falhas individuais do nosso time, mas precisa treinar intensivamente a finalização dos jogadores. Com um time menos qualificado, como o atual, não aproveitar as ocasiões claras nos faz pagar muito caro. O time melhorou, jogou bem, mas precisa ser prolífico para voltar à rota do sucesso.

Não cabe aqui detalhar os acontecimentos inerentes a arbitragem no jogo. Heber Roberto Lopes nos roubou, mais uma vez. O triste é que a nossa diretoria novamente mostrou toda sua omissão e sua incapacidade de reagir quando se é açoitado. O judiciário no Brasil pondera e decide com a camisa do clube de coração por baixo da beca. E quem é de Minas sabe que a torcida do Cruzeiro é a mais popular no estado, em número e também em sua distribuição, especialmente nos setores financeiramente menos abastados. Os altos escalões de imprensa e justiça torcem para o rival e utilizam seus posicionamentos estratégicos para favorecer o outro time.

Gilvan tinha a obrigação de reagir e anunciar ainda no Mineirão que o Cruzeiro não disputará mais o Campeonato Mineiro. Simples, embasado, sem precisar estardalhaço. Mas esse medo não sei do quê me envergonha. Um clube que se desfilia da Federação do seu estado é proibido de disputar competições nacionais, ok. Mas ninguém é obrigado a jogar campeonato nenhum, e aí inclui o estadual. O Cruzeiro precisa parar de fazer favores, ser justo e correto em sua relação com o rival, a TV e a federação. Precisa romper com esse espírito de bom moço e comprar a briga. Não dê mais dinheiro para essa corja.

Tenho certeza que todos apoiaríamos essa decisão. E a bomba cairia nas mãos de quem manobrou, descumpriu regulamento e criou a décima oitava regra do futebol, onde chute na cara não é pra expulsão, inclusive, nem falta é. Heber cumpriu a função que a FMF lhe designou, “coloque o Atlético-MG na final”. Ele colocou, vai receber nota 10 da comissão como Sandro Meira Ricci, em outra feita. E nós, cruzeirenses, temos que aceitar o fato que lutamos contra todos, mas que o nosso maior representante aceita passivamente os desmandos de uma quadrilha. Reage, Cruzeiro!

Por: Emerson Araujo