Sem drama, torcedor. Seu time foi bem, reconheça!


Findado o jogo, fui para minha casa com grande entusiasmo de escrever sobre ele. Claro que nunca é bom perder para o time do Atlético-MG, mas podemos olhar o jogo além disso. Se emoldurássemos o jogo desta tarde nasceria uma obra de arte.

É claro que a irritação de perder a segunda seguida para o Atlético-MG existe. Ainda mais se nos basearmos em um passado recente onde a vitória era conquistada em nossas cabeças antes mesmo do jogo começar. Mas pensemos pelo seguinte lado: o Cruzeiro jogou bem, apesar da derrota, e o jogo era válido pela primeira fase do quase cômico mineirinho. O que, em termos reais, essa derrota abala o time do Cruzeiro?

De uma coisa podemos ter certeza: não seremos mais campeões invictos.

O primeiro tempo, tanto quando o segundo, foi brilhante. Esse é um daqueles jogos que tem que agradecer a oportunidade de assistir. O Atlético-MG ganhou dessa vez não pela soberba do Cruzeiro, como no último jogo da década passada, em Uberlândia. Hoje a vitória do Atlético-MG veio porque o time evoluiu e as peças individuais melhoraram. O jogo de hoje colocou o Cruzeiro na velocidade ideal, já que para disputar o mineirinho contra falidos times do interior nem é preciso muito esforço.

Mas nem tudo é elogio e nem teria como. Se por um lado tivemos a maravilhosa exibição de Henrique, por outro tivemos algumas pérolas, sempre, a partir de agora, falando individualmente. Thiago Ribeiro é um bom jogador, mas hoje não fez um bom jogo; ficou devendo. Até Wellington Paulista foi melhor que o camisa 11, embora não tenha sido algo nada perto do que foi Tardelli. Tivemos também Pablo, que foi ótimo defensivamente, mas que nada fez no ataque e hoje o futebol não dá espaços para essas limitações. Montillo sentiu falta de um suporte maior pela direita, que seria justamente do lateral direito.

Gilberto também foi uma trapalhada só. Em tudo. E não foi só hoje, em 2011 mesmo o camisa 7 não fez questão de voltar a jogar. E isso me faz pensar na volta de três volantes, já que nem Gilberto e nem Roger vem justificando o esquema com dois meias.

O Atlético-MG teve bons nomes como Tardelli que “só” marcou três gols. Tudo bem que o terceiro ele poderia ter feito com um sopro de sustos nos dois zagueiros, Edcarlos e Gil. Como entrou mal Edcarlos. Ricardinho também teve boa participação e deu trabalho para Leandro Guerreiro e Henrique, que revezaram na marcação individual, que foi quase sempre com Henrique. Dorival vai mostrando quem manda nos clássicos de MG, e já passou da hora de Cuca mandar um basta para ele.

O jogo foi um bom teste para o início da grande batalha que iniciará quarta-feira, diante do Estudiantes. Hoje saí do local de onde assistir ao jogo com um sorriso no rosto, ao invés da truculenta face irritadiça. Eu gostei do que vi. Com alguns ajustes e algo a mais de alguns jogadores, esse time vai muito pra frente.

Mauro Jr (@maurojuniorr), 19, é estudante de Ciências Sociais pela UFV e cruzeirense antes mesmo de ter alguma formação física, ainda dentro do útero. Escreve para sites na internet desde o ano de 2008, quando tinha apenas 16 anos. Considera a tática de um time primordial para o progresso e é disso que ele fala aqui no site Guerreiro dos Gramados.