Reencontrar as vitórias


Houve um tempo em que o futebol era movido por uma frase, depois de uma má apresentação ou derrota: “Temos de levantar a cabeça para o próximo compromisso”.  

 Depois, o discurso mudou: “Agora só podemos pensar em reabilitação”. Hoje, é “dar o máximo”. É o que move o Cruzeiro para enfrentar o Vasco, às 20h30, em São Januário, no Rio, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, por causa dos últimos tropeços: o time celeste perdeu para o Botafogo (1 a 0), Santos (2 a 0) e empatou com o Coritiba(1 a 1), no Mineirão, que teve sabor de derrota, pois esteve sempre à frente, desperdiçou um pênalti (com Guilherme), e, em seguida, levou o gol de empate.

Promessas é que não faltam. Do técnico Adílson Batista, garantindo que o Cruzeiro parte para uma reação que vai levá-lo à briga pelo título com Grêmio, Palmeiras e Botafogo. Os outros times, aparentemente, estão descartados: “Nós temos as nossas preocupações, metas, objetivos. O importante é acreditar no título e vamos trabalhar. São 15 rodadas e 45 pontos em disputa, e ainda vamos receber no Mineirão quem está à nossa frente”.

Ele não esperava 100% de aproveitamento no returno. Mas um Cruzeiro mais eficiente. Na sua matemática, o time teria de estar com 45 pontos – os três que deixou escapar diante do Santos e os dois contra o Coritiba: “Evidentemente que em todas as equipes ocorre uma queda, houve isso com o Flamengo. Precisamos nos recuperar e trabalhar para vencer não só no Rio, mas nos jogos seguintes, para o grupo voltar a acreditar firme em nossa proposta. Empates não interessam. Não se pode pensar de outra forma agora. O importante é que sei que temos capacidade partir para uma seqüência de cinco vitórias ou mais. Só assim o Cruzeiro poderá recuperar a confiança”.

DESATENÇÃO  Os jogadores seguem a linha do comandante, com a péssima campanha no returno, com apenas quatro pontos em 12 disputados. O atacante Guilherme viveu a experiência no ano passado. Depois de ficar para trás na luta pelo título, o time teve de batalhar muito para entrar na Copa Libertadores. Só conquistou a vaga porque, na última rodada, o Atlético venceu o Palmeiras no Parque Antártica, tirando pontos preciosos do alviverde, e o Cruzeiro venceu o América-RN por 2 a 0: “ Temos que estar mais atentos nesta reta final, talvez tenha faltado isso no ano passado. Estamos no fim da temporada, o cansaço está batendo, mas isso vale para todas as equipes e a gente precisa manter o objetivo para conseguir o título”. Ele anuncia que continua na luta pela artilharia (tem 11 gols) e as próximas rodadas serão decisivas: “Eu também preciso mostrar que estou ainda mais motivado por continuar no Cruzeiro, já que estou mais valorizado, pelas inúmeras propostas que o clube recebeu”.

Já Fabrício utiliza outra estratégia de motivação. Para o volante, a equipe tem de dar um passo de cada vez, jogo a jogo, sem atropelos. “Acho que agora a gente muda a meta um pouco. Quando estávamos em segundo lugar, nosso objetivo era sempre alcançar o Grêmio. Agora há também o Palmeiras na nossa frente. Não podemos pensar na equipe gaúcha sem antes pensar no time paulista.”