Redenção


Faltava confiança.

Faltava prestígio.

Faltava sorte.

E seguia Dedé rumo ao calvário.

Grande parte da imprensa e torcida cobravam boas atuações do zagueiro. E não posso dizer que não tinham razão. Depois de atuações ruins contra Flamengo e ABC, a pressão bateu à porta.

Era a hora de uma boa atuação; mais do que isso: era a hora da redenção.

Antes da partida, um pouco de motivação: conversas particulares com membros da diretoria e com o treinador. Uníssonos, todos pregavam a confiança ao camisa 26. “Saia jogando quando preciso, dê chutão quando preciso; mas dê o seu máximo”, disseram.

A torcida, meio desconfiada, recebeu a notícia: Dedé titular.

Alguns apreensivos; outros, confiavam na reviravolta, na redenção.

O primeiro tempo seguia seguro, até que veio um chutão da defesa do Vitória. Na tentativa de recuo, o erro: segundos para segurar a respiração. Depois, o conserto: alívio.

Se previa mais do mesmo.

Mas veio o segundo tempo, e com ele, viria a mudança de paradigma.

O Cruzeiro teve chances. Alisson, Éverton Ribeiro, Marcelo Moreno, Marquinhos, Willian… Todos puderam marcar, mas não conseguiram.

Duas bolas balançaram as redes do Vitória, mas a arbitragem tratou de interferir.

Não adiantava, o dia era dele.

Estava desenhado o gol na bola aérea. Inúmeros escanteios, mas a defesa do Vitória se saía bem.

Mas um lance tratou de mudar a história do jogo.

Escanteio cobrado, bola afastada; na sobra, Mayke levantou a bola na área, na cabeça dele.

Dedé.

Marcando para a redenção.

Marcando para a vitória.

Marcando para o fim da sequência negativa.

Depois de derrotas que ficaram nas suas costas, é justo que três pontos importantíssimos também recaiam sobre ele.

Espero que a confiança volte.

Espero que o prestígio volte.

Não é hora de esconder os erros, mas apoiar, independente deles.

Quarta é dia de Mineirão lotado, quarta é dia de cantar por 105 minutos; quarta é dia de apoio incondicional!

Força, Dedé! Força, Cruzeiro!

E que venha o Tetra!

Por: Pedro Henrique Paraiso