Quem venceu o jogo mesmo?


Salve nação celeste! O encerramento da transmissão da SPORTV do jogo Cruzeiro e Atlético-MG foi emblemático. A câmera foi se aproximando do escudo do Cruzeiro deitado no gramado e, posteriormente, a imagem do Raposão balançando a bandeira celeste  mostraram que equipe e torcida não sofreram nenhum abalo após a derrota. 

12.07 - Torcida do Cruzeiro no Mineirão - Foto: VipCommA obrigação de vencer a partida era do Atlético-MG, pois a equipe alvinegra não vencia o Cruzeiro há 12 partidas e a grande chance se apresentava ao enfrentar a equipe reserva/júnior do Cruzeiro. A obrigação de vitória atleticana ficou ainda maior aos 14 segundos de jogo quando Zé Carlos foi expulso. Mesmo assim, o Cruzeiro criou as primeiras chances de gol e por pouco não saiu na frente com um cabeceio de Fabinho que passou sobre o gol.

O tempo foi passando e o time do Cruzeiro ficou cada vez menos capaz de marcar a saída de bola do Atlético, pois Thiago Ribeiro estava isolado na frente. O Atlético-MG criava as chances, mas a zaga do Cruzeiro e a própria limitação dos jogadores adversários auxiliava a manutenção do placar em 0 a 0. Mas estava na cara que a casa cairia a qualquer momento e nos minutos finais do 1º tempo, o Galo conseguiu marcar 2 gols.

A volta do segundo tempo foi um dos primeiros momentos em que a torcida celeste mostrou que o resultado daquela partida pouco importava. Aos gritos de olé, o time do Cruzeiro trocava passes como se estivesse a frente do placar o que deixou alguns jogadores do Atlético-MG claramente irritados. Todavia, isso não era suficiente para que o Cruzeiro conseguisse criar algum perigo efetivo de gol. O Atlético-MG, por sua vez, não buscava o terceiro gol. O time não se expunha e isso tornou o segundo tempo um dos piores tempos de todos os clássicos que já vi.

Quase no final Andrey falhou feio e o Galo fez 3 a 0. A torcida atleticana começou a cantar o nome do goleiro celeste, mas novamente a reação cruzeirense surprendeu. A torcida azul também cantou o nome de Andrey que retribuiu o gesto levantando a mão com os 5 dedos abertos em referência a primeira partida da final do Campeonato Mineiro deste ano.

O jogo acabou e o que se ouviu foram os atleticanos tentando cantar que o “freguês voltou”. Entretanto, não se percebia convicção no que os atleticanos cantavam até porque eles sabiam que a sua alegria terminava ali. Enquanto isso, a torcida cruzeirense apoiava os seus jogadores e cantava mostrando estar ao lado do grupo na partida que realmente vale essa semana. A final da Libertadores.

De alguma forma os atleticanos percebiam que a sua festa não era legítima. Que quem realmente tem motivos para comemorar neste momento são os cruzeirenses, finalistas da principal competição do continente. O placar marcou uma vitória atleticana, mas o comportamento das torcidas durante o jogo deixou bem claro que todos sabiam que aquele resultado só aconteceu porque os titulares do Cruzeiro não estavam em campo e porque Zé Carlos foi expulso logo no primeiro lance da partida. No fundo, todos sabiam que futebol de verdade só será visto no Mineirão por aqueles que estiverem na quarta-feira. O Atlético-MG ganhou, mas quem faz festa em Minas atuamente, inegavelmente, são os celestes.