Propostas Tentadoras, Mercado Brasileiro e o Cruzeiro


Em uma época onde se discute bastante a questão das receitas e dívidas dos clubes de futebol do Brasil, a redução da folha salarial tem sido algo amplamente buscado pela maioria dos clubes. Nesse contexto, com todo o investimento que outros mercados futebolísticos, tradicionais e alternativos, tem feito, fica cada vez mais complicado segurar os bons valores em nosso país. Um ano de destaque é o suficiente para uma proposta maior do que qualquer clube brasileiro pode pagar.

Infelizmente, China Azul, estamos incluídos neste contexto. Mesmo com nossas receitas de bilheteria em um patamar elevado, e do nosso programa de sócio-torcedor ser um dos mais rentáveis do país, não temos o poderio financeiro que a maioria dos clubes do eixo RJ-SP. Não conseguimos fechar patrocínios pelo mesmo valor que esses clubes conseguem, além das nossas cotas de TV serem de um patamar inferior do que muitos clubes que, até mesmo, dão bem menos audiência.

Tudo isso se junta em torno do time de maior visibilidade do futebol brasileiro, nas últimas duas temporadas. O resultado? Propostas e mais propostas visando os nossos jogadores de maior potencial. E não há muito o que fazer.

Na maioria dos casos, as propostas salariais são feitas a empresários e jogadores muito antes de uma proposta oficial ao detentor dos direitos serem feitas. No geral, propostas irrecusáveis, que garantiriam o pé-de-meia a todos os envolvidos no negócio. A função é simples: criar um clima de instabilidade entre o jogador e o clube. Mesmo que um aumento salarial seja apresentado, voltando ao contexto do nosso futebol, não temos condições de oferecer as mesmas condições dos clubes estrangeiros. O jogador vai tentar forçar sua saída, e o clube, para não manter alguém que não tenha 100% de foco e satisfação com a sua situação, vai acabar cedendo, até por valores menores do que o esperado.

É cruel, mas é real.

E o que o Cruzeiro pode fazer com relação a isso?

Tecnicamente, nada. Eu sou adepto da teoria que se o jogador manifesta o seu interesse em sair, seja pelo lado financeiro ou pelo lado técnico, o clube deve procurar uma forma lucrar com este jogador. Lucrar, que eu digo, significa acertar uma ou outra conta que esteja pendente (caso exista), e investir para que o elenco não perca a qualidade, para continuar brigando por títulos.

E mesmo que tenhamos uma situação financeira excepcional, sem problemas fiscais ou dívidas de salários, com relação a outros clubes do Brasil, nossa receita, como dito anteriormente, não se equipara, principalmente, com o eixo. Precisamos da fórmula “compra por um preço acessível – futura valorização – venda por valores maiores” para nos manter no topo.

Se tudo der certo, vamos continuar nos destacando, e as propostas continuarão chegando nos anos seguintes. É vida que segue, China Azul. Temos de confiar na diretoria, com relação às reposições, e entender que um jogador pode sair, mas a camisa continua gigante.

Saudações Celestes!

 

Por: Pedro Paraíso (@Pedro_Paraiso)