Progredir ou regredir? A nova regra do cartão amarelo


Regressando meio século, voltamos para a época da ditadura, porém no campo futebolístico. É de se notar a nova postura adotada pelos árbitros nas partidas do campeonato brasileiro, distribuindo cartões amarelos como se fossem faltas normais do jogo.

A nova regra imposta por Sérgio Correa, presidente da comissão de arbitragem, adota a orientação de aplicar o cartão amarelo para qualquer tipo de reclamação dos jogadores, independente da veemência do protesto. De acordo com o presidente, essa é uma forma de “educar” os jogadores e limitar as reclamações, proporcionando ao árbitro um controle relativamente maior sobre a partida.

O cartão amarelo foi adotado pela FIFA na Copa do Mundo do México (1970) devido à dificuldade de comunicação entre os árbitros e os jogadores causada pela diferença nos idiomas. Este tem como função advertir um atleta que cometera uma infração leve, considerada antidesportiva. Na minha visão, faltas por contato físico são normais, devido à intensidade do esporte, juntamente com pequenas reclamações dos jogadores. No jogo entre Cruzeiro e Figueirense, foram mostrados nada mais nada menos que sete cartões amarelos para jogadores da equipe celeste, sendo três deles por reclamação; inclusive gerando a expulsão do já substituído volante Willians.

Essa nova postura da CBF foi discutida e, segundo os cartolas, tornou-se necessária por uma série de fatores negativos observados nas partidas de futebol. A solução extremista veio à tona devido ao mau comportamento dos jogadores em enganar a arbitragem, tentando sempre levar vantagem sobre o adversário. Somado a isso, encontramos árbitros mal preparados que levam o futebol como um hobby para ganhar um dinheiro extra.

A polêmica gerada em torno da nova aplicação do cartão amarelo tem incomodado muitos dirigentes e torcedores que, levados pela paixão, entendem estarem sendo prejudicados. A CBF disponibilizou palestras para os jogadores explicando a nova postura, contudo, os jogadores continuam recebendo cartões por reclamação. Um hábito adquirido há anos, com certeza não será mudado imediatamente, até porque, o que se tem observado é o aumento no número de cartões amarelos e não a diminuição das reclamações. Creio eu que a postura mais adequada seria a punição gradativa das reclamações, alertando os jogadores antes do cartão. Além disso, deveria se pensar em uma instrução maior para os jogadores que estão surgindo agora, fazendo com que seja notada uma diferença na conduta dos jogadores com o passar dos anos.

Apesar de tudo isso, a melhoria da arbitragem (através da profissionalização dos árbitros) deve ser levada em consideração, pois muitas reclamações surgem a partir de equívocos e pouca autoridade moral dos árbitros.

Guerreiro dos Gramados. Nossa Torcida! Nossa Força!

Por: Paulo Pianetti