Porque Cuca pode dar certo!


Salve nação celeste! Desde o anúncio de Cuca como técnico do Cruzeiro estava pensando no que dizer sobre o nosso novo treinador. Começo dizendo que, dentre tantos nomes ventilados, Cuca era um dos melhores e temi que alguns técnicos com um título na carreira e uma  história de fracassos aparecesse por aqui. 

Porque Cuca pode dar certo! - Foto: VipCommSempre fui defensor do trabalho de Adílson Batista. Ano passado escrevi o manifesto do GDG pela permanência do nosso antigo comandante, mas este ano a situação estava bem diferente. O time não respondia mais em campo e era nítido o desgaste de Adílson à frente do clube. Era hora de mudar e a mudança veio no momento certo.

Nomes como o de Geninho, Levir Culpi e outros me assustaram até o anúncio de Cuca. O mercado de técnicos é escasso e achar um nome experiente de qualidade está difícil. O Cruzeiro até tentou contratar técnicos mais “vencedores” do que Cuca, mas sofreu com algumas recusas até o aceite do novo técnico celeste.

A escolha por Cuca me pareceu uma boa decisão, principalmente em virtude da escassez do parágrafo acima. Esta coluna tem o objetivo de elencar razões para se acreditar que o novo treinador pode dar certo. Lembrar de Cuca como o treinador do chororó é injusto, pois nos últimos anos seus trabalhos ficaram marcados mais por superar expectativas do que fracassos absolutos. Vejamos:

1º) Goiás – 2003: Cuca assumiu a equipe goiana no meio do Brasileirão. A equipe era lanterna disparada do campeonato ao final do primeiro turno, mas partiu para uma reação fantástica conquistando a 2ª colocação do 2º Turno e quase uma vaga na Libertadores. O treinador saiu antes do fim do campeonato em virtude de uma proposta do São Paulo

2º)  São Paulo – 2003-2004: Assumiu o Tricolor na reta final do Brasileirão e levou a equipe até a Libertadores. No ano seguinte, trouxe uma série de jogadores da equipe goiana para o São Paulo como Josué e Grafite, dando início a montagem do time que ganharia o mundo no ano seguinte.

3º) Botafogo – 2006-2007: O Botafogo vinha se matando nos Campeonatos Brasileiros lutando para não cair e fazia apenas figuração nos estaduais. Sob o comando de Cuca, o clube conquistou dois vice-campeonatos estaduais perdendo as finais para um Flamengo superior e uma colocação segura no Brasileirão 2006.

4º) Flamengo – 2008-2009: Assumiu o rubro-negro durante o Brasileirão de 2008 e brigou por uma das vagas na Libertadores terminando na 5ª colocação. No ano seguinte, conquistou o campeonato estadual, mas após um mau começo no Brasileirão e o boicote de boa parte do indisciplinado elenco rubro-negro, acabou dispensado.

5º) Fluminense – 2009-2010: Cuca assumiu o Fluminense com desconfiança. No seu anúncio, a diretoria chegou a anunciar que o técnico viria para iniciar o planejamento para a disputa da Série B nesta temporada, já que a equipe estava praticamente rebaixada. Cuca resgatou jogadores que estavam mal no elenco como Fred e Conca e apostou nos bons valores da base para conseguir a fuga mais espetacular do rebaixamento na era dos pontos corridos.

“Pôxa, mas nunca ganhou nada além de carioca” dirão os críticos. O argumento é válido, mas é inegável que Cuca tem, principalmente nestes trabalhos mencionados, resultados que foram muito além das expectativas e mérito na montagem de times como o São Paulo que terminaria campeão mundial. Cuca pode dar certo, pois o Cruzeiro tem um time superior a grande maioria dos que Cuca já treinou e o próprio reconhece isso ao dizer que sempre quis treinar o time celeste. Todavia, o elenco azul é muito limitado e precisará de reforços.

Eis a missão de Cuca. Diagnosticar rapidamente as limitações da equipe e indicar jogadores para qualificar o elenco ou achar bons valores na base. As convicções de Adílson, há muito tempo no cargo, dificultariam esta missão e o olhar novo de Cuca pode dar o gás necessário para melhorar o time.

A diretoria também tem a obrigação de se mexer e abrir o bolso para qualificar o time. Dinheiro tem, pois dois dos maiores salários do clube estavam entre os jogadores que saíram (Kléber e Guerrón). Se o Perrela não colaborar amigos, ninguém poderá fazer milagre.