Pacto para conquistar


A eliminação da Copa Libertadores da América trouxe, além de muita tristeza, especulações , intrigas e denuncias contra nossos dirigentes. Acho perigoso esse clima ruim criado dentro da Toca da Raposa, afinal estamos no início de uma competição difícil, que tem ótimas equipes e muito competitiva.  Não vejo nenhum time super favorito ao título e acredito que todo esse oba-oba pode atrapalhar nossos atletas.

Gostaria que, pelo menos por enquanto, nossa torcida faça um pacto com o time e apenas o incentive. Não podemos deixar que o jogo político seja mais importante que o jogo dentro de campo. Aqui em Minas já temos que lutar contra uma imprensa marrom que desmerece o Cruzeiro de todas as formas que puder. E basta vislumbrarem uma brecha que logo começam a campanha contra tentando criar um clima hostil entre torcida e jogadores.

Li algumas manchetes do grupo que tem como carro chefe o jornal que se intitula o “grande jornal dos mineiros” e tive náuseas com tanta mediocridade e má fé por parte deles. “Kléber: decisivo na classificação e alvo de polêmica na eliminação “, “Futebol é 10 contra 11?” e  “Cruzeiro busca 1ª vitória em casa para começar a fazer as pazes com a torcida”, essas  são três de muitas que me indignaram. Não ouvi questionamentos por parte da torcida quanto à expulsão de Kleber no jogo contra o São Paulo. Também não vejo briga da torcida com o time para falar em “fazer as pazes”. Precisamos ignorar esse grupo de jornalistas que comandam os veículos de comunicação em Minas e apoiar nosso time. A batalha já é dura demais pela própria natureza, imaginem se nós, que devemos carregar e incentivar nossos atletas, jogarmos contra?

Outro assunto que acredito que devemos deixar de lado, pelo menos por enquanto, é a sucessão que desejamos na diretoria do clube.  Quando poderíamos exercer algum tipo de pressão, nas eleições de 2008, para a entrada de uma nova diretoria nos calamos e deixamos o processo correr da forma como eles queriam. Infelizmente dentro do Cruzeiro não existe oposição e os Perrellas usam o clube ao seu bel prazer. Pelo menos com a eliminação da Libertadores as pretensões políticas deles nesse ano estão comprometidas.

Já disse aqui mesmo no GDG certa vez que a postura da torcida cruzeirense me preocupa bastante. Ultimamente observo nela um comportamento típico de torcedores de clubes que já ganharam títulos no século passado e vivem dele ainda hoje. Desde 2003, quando ganhamos o tão sonhado brasileiro, que os dirigentes cruzeirenses vêm montando times que se classificam para a Libertadores e mais nada. Para eles apenas a classificação basta. Mas não para nós.

A conquista da América é mais que um sonho para a China Azul. É uma obsessão. E é em nome dessa obsessão que proponho o pacto. Devemos nos fechar com os guerreiros dos gramados, conquistar o Brasil e partirmos para, novamente, desbravarmos a América e pinta-la de azul. Deixemos as intrigas de lado para que ela morra no mesmo lugar que nasce, nas redações insignificantes dos jornais mineiros.

Que nosso time tem algumas posições carentes é fato. Mas hoje é o que temos. Vaiar e xingar os atletas que não são nossos preferidos não resolve o problema, eles não têm culpa por estarem no Cruzeiro. Eles não bateram à porta da Toca pedindo para jogar. Eles não se escalam. Infelizmente ninguém é unanimidade e qualquer que seja o time que entre em campo ele nunca será o preferido de todos os torcedores. Temos que nos conscientizar e fazer uma escolha: apoiar esse time e tentar leva-lo ao título ou virar as costas, brigarmos entre nós e facilitar as vida dos nossos adversários.

Tenho certeza que o amor que sentimos pelo Cruzeiro é maior que tudo e todos. Da mesma forma acredito que apenas nos unindo conseguiremos realizar esse sonho. E por falar em sonho termino esse texto com o grande poeta da música brasileira, Raul Seixas, que um dia disse alguma coisa mais ou menos assim: “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade”.  Que tal sonharmos juntos e escrever nossa realidade?