Paciência: guerreiros em preparação


Obviamente, ninguém acha normal o Cruzeiro ser derrotado pelo Londrina em qualquer situação. O atual bicampeão brasileiro sucumbir frente a uma equipe da Série C é um pouco preocupante, mas as condições gerais da partida servem para atenuar um pouco a má atuação. E nesse momento, o torcedor precisa entender um pouco até de fisiologia para não arrancar os cabelos diante do espetáculo de horrores visto no domingo.

É notório que o Cruzeiro está no meio da pré-temporada e para quem conhece um pouco de futebol, especificamente nesse período, sabe que no momento em que se sobrecarrega nos trabalhos físicos, os jogadores ficam sem a mobilidade necessária. Esse é o momento de preparação para todo o ano e nesse momento, os jogadores de futebol são de fato, atletas. Mas a condição ideal de jogo se dá apenas com 20 a 30 dias após o início da carga mais pesada de treinamentos. Isso significa que teremos um time mais solto contra o Shakhtar, no próximo domingo, mas ainda distante do ideal. E o time bem, entrosado, creio que poderemos observar a partir da quinta rodada do Campeonato Mineiro. O que não nos compromete na Libertadores.

Não se desesperem, cruzeirenses. Nosso último adversário realizou a pré-temporada em dezembro, teve uma pausa durante as festas e agora retornou de forma mais leve, já a ponto de bala para entrar em competição. Tivemos apenas 10 dias de trabalho e os jogadores não pareciam muito confortáveis com as condições de ontem. Sol escaldante, gramado alto, tudo que dificulta ainda mais a movimentação, característica chave do nosso Cruzeiro de Marcelo Oliveira. Para alguns, isso soa como muleta para se amparar após o resultado negativo, mas não precisamos ser torcedores xiitas a todo instante. Foi apenas um amistoso, rapidamente será esquecido.

Por fim, toda a torcida se animou com a contratação de De Arrascaeta, e muito mais pela demonstração de “sangue no olho” da nossa diretoria do que com o jogador, propriamente. O meia uruguaio é uma aposta cara, com grandes perspectivas de vingar. Mas o jeito com o que nos posicionamos incisivamente e trouxemos o camisa 10 é que agrada. Depois de perder Egídio, Goulart, Nílton, Marcelo Moreno e Dedé (por contusão), para a disputa da Libertadores, precisávamos de uma boa notícia. Que Fabiano, Seymour, De Arrascaeta, Joel, Riascos e Leandro Damião representem o diferencial que nos faltou em 2014, para a conquista do tão sonhado tri continental. Faltam 14 batalhas; Venceremos.

Por: Emerson Araujo