Os professores do Cruzeiro


Hoje é dia dos professores. De todos os professores, inclusive daqueles que ficam à beira do campo, ensinando a arte do futebol.

Portanto, nada mais  justo do que relembrar alguns dos grandes mestres que comandaram a Raposa ao longo destes 92 anos.

AYRTON MOREIRA: comandante da Academia Celeste campeã da Taça Brasil de 1966. A primeira passagem pelo Cruzeiro aconteceu em 1957, quando conquistou o Campeonato da Cidade de 56. Depois, retornou em 64 e permaneceu até 67. Foi o responsável por promover garotos da base da Raposa ao profissional. Entre esses nomes estão Dirceu Lopes, Natal e Pedro Paulo. Era irmão de outros dois técnicos famosos, Aymoré e Zezé Moreira. Exercia o cargo de auxiliar técnico deste último, no Cruzeiro, quando faleceu, em novembro de 1975, por hemorragia cerebral (200j, 127v, 33e, 40d).

ÍLTON CHAVES: é o treinador que mais vezes comandou a Raposa na história. Esteve à frente do time em 362 jogos. Venceu 213, empatou 89 e perdeu 60. Um dos orgulhos que carrega é de ter descoberto Nelinho em Belém, quando este jogava pelo Remo. Dirigentes celestes, segundo ele, não queriam o jogador por causa do cabelo longo e das vestimentas que o lateral gostava de usar. Ílton Chaves, no entanto, teria batido o pé e exigido a contratação. O treinador conquistou, pelo Clube, os campeonatos mineiros de 1969, 72, 73, 74 e 75. Como jogador, fez parte do time campeão da Taça Brasil de 1966.

ZEZÉ MOREIRA: técnico do Brasil na Copa de 1954, Zezé Moreira começou cedo a carreira de técnico. Aos 35 anos, já estava à beira do campo comandando o Botafogo. Chegou ao Cruzeiro em 1975 e foi responsável por conduzir a equipe celeste ao título inédito da Libertadores da América. Era conhecido por seu estilo bravio, intrépido e altamente disciplinador. Na decisão da Libertadores da América, após Joãozinho marcar, de falta, o gol do título sobre o River, ele encostou o camisa 10 na parede do vestiário e o chamou de “moleque irresponsável”, por ter atravessado a cobrança, que era de Nelinho. Faleceu em abril de 1998 (131j, 76v, 34e, 21d).

ÊNIO ANDRADE: “Seu Ênio”, como era conhecido nos clubes por onde passou, marcou época no Cruzeiro. Tanto por sua qualidade como técnico como pelo estilo paizão com os jogadores. Em 1994, rejeitou R$ 50 mil reais de Roberto Gaúcho, que tentou retribuir o treinador a indicação dele para que o Clube renovasse com o atleta. Seu Ênio rejeitou a oferta e mandou o atleta guardar aquele dinheiro, para investi-lo futuramente na família. Acumulou cinco passagens pela Raposa (1989; 1990; 1991-1992; 1994; 1995) e conquistou os títulos da Supercopa de 1991 e Copa Ouro de 1995, além dos Mineiros de 1990 e 1994 (187j, 99v, 50e, 38d).

LEVIR CULPI: paranaense bastante identificado com o futebol mineiro, Levir já passou três vezes pelo comando técnico do Cruzeiro. Na primeira passagem, conquistou um dos títulos mais brilhantes da história celeste: a Copa do Brasil de 1996. Voltou em 1998, quando repetiu o bom trabalho, levando a equipe a quatro finais de campeonatos. Só venceu o Mineiro, sendo vice-campeão da Copa do Brasil, do Brasileiro e da Copa Mercosul. Por causa disso, ficou com má fama, agravada em 2000, quando treinava o São Paulo e perdeu para o Cruzeiro a decisão da Copa do Brasil, no último minuto de jogo. Ganhou ali a alcunha de “Levice”. Retornou em 2005, para a mais apagada de suas passagens pelo time estrelado (257j,  140v, 68e, 49d).

VANDERLEI LUXEMBURGO: foi o responsável pela montagem do Cruzeiro mais brilhante dos últimos tempos. O time de 2003, em campo regido por Alex, foi o penúltimo suspiro de genialidade de Luxemburgo – o último foi em 2004, pelo Santos.  Muito contestado hoje, o treinador é celebrado como um dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro. Parte desse reconhecimento se deve à máquina celeste montada em 2003, quando o time faturou a Tríplice Coroa (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão). Esteve à frente do time cruzeirense em 107 jogos. Venceu 68 deles, empatou 22 e perdeu 17. Saiu do Clube em abril de 2004, após brigar com a diretoria.

ADÍLSON BATISTA: Ficou com fama de Professor Pardal após reconhecer, em um jogo do Campeonato Mineiro de 2008, que inventou na escalação da equipe. Foi amado por um parte da torcida cruzeirense e odiado por outro, na longa passagem pelo Cruzeiro, entre 2008 e 2010. Conquistou dois campeonatos mineiros seguidos (2008 e 2009) com duas goleadas humilhantes  sobre o rival, por 5 x 0. Foi vice-campeão da Libertadores da América de 2009. Trouxe ao Clube gratas surpresas, como Henrique, Marquinhos Paraná, Fabrício e Leonardo Silva. Comandou o time 170 vezes, tendo vencido 97 jogos, empatado 34 e perdido 39. Está sem clube atualmente.

Fonte: Almanaque do Cruzeiro