Os Dez Jogos do Ano: 6º: Cruzeiro 3 X 2 Santo André (Campeonato Brasileiro 32ª rodada)


Salve nação celeste! Mais um dia de recordações aqui no GDG. Seguindo a lista de jogos memoráveis de 2009 falaremos hoje sobre a partida contra o Santo André pelo Brasileirão disputada no Mineirão. A vitória, conseguida a duras penas, foi fundamental no caminho celeste rumo ao G-4.

Cruzeiro 3 X 2 Santo André (Despachando a zebra paulista)

Cruzeiro e Santo André fizeram uma partida que superou qualquer expectativa no Mineirão. Para começar, dificilmente alguém poderia imaginar que o Santo André ofereceria alguma resistência, já que o time estava as portas da zona de rebaixamento. Menos ainda, alguém imaginaria que a partida conseguiria estar entre as mais marcantes do ano em 2009. Mas o desenrolar dos fatos mostraria que as coisas não seriam tão fáceis assim, embora o primeiro tempo tenha sido de amplo domínio celeste.

Guerrón (2 vezes), Gilberto e Diego Renan (2 vezes) ficaram perto de abrir o placar durante a primeira etapa e o primeiro lance de perigo do Santo André foi apenas aos 43 minutos quando Nunes cabeceou próximo a meta de Fábio. Mesmo assim, o Cruzeiro respondeu em seguida e no lance seguinte Henrique ficou próximo de fazer 1 a 0 com uma cabeçada que passou próximo da trave de Neneca. No entanto, o primeiro tempo terminava com o 0 a 0 insistente no placar.

O empate agradava aos paulistas ao mesmo tempo que desesperava o time cruzeirense. No retorno para a segunda etapa, o Cruzeiro buscou manter a pressão, mas ataque de forma completamente desorganizada, abrindo espaços para os ataques do Santo André. Logo no primeiro minuto, por exemplo, o Ramalhão imendou um contra-ataque e Escobar perdeu gol incrível.  A resposta celeste veio com finalização de Gilberto que explodiu no travessão de Neneca.

Aos 13 minutos, no entanto, Guerrón não falharia mais uma vez. O equatoriano foi lançado na área e abriu o placar para o Cruzeiro. Festa nas arquibancadas e a certeza de que a pressão continuaria com a exposição dos paulistas em busca do empate tomaram conta da torcida e da equipe do Cruzeiro. Impressão que se mostraria equivocada, pois apenas 4 minutos depois, Nunes invadiu a área e empatou para o Santo André.

O gol deixou o Cruzeiro nervoso em campo e Adílson Batista resolveu arriscar apostando no garoto Eliandro que fazia a sua estreia no lugar de Guerrón. O time celeste, no entanto, se desorganizou ainda mais e nervoso permitiu que Ávine cruzasse para que Júnior  Dutra virasse o jogo para o Santo André aos 28 minutos.

Verdadeiro balde de água fria na torcida cruzeirense, a virada paulista colocava a reação do Cruzeiro no Brasileirão em profunda ameaça. A torcida rompeu com o time e as vaias se tornaram o som ambiente do Mineirão. Atuando daquela forma, ninguém tinha esperança de que o Cruzeiro pudesse reverter aquela situação, a não ser aqueles que nunca se esquecem da mística de raça que cobre a camisa celeste.

O tempo, todavia, passava, e o Santo André afastava qualquer ataque cruzeirense até que aos 38 minutos Gilberto fez um lançamento perfeito e encontrou o garoto Eliandro na área que cabeceou para empatar a partida. O gol incendiou o Mineirão e o time se encontrava na partida. O que se veria a partir do empate foi uma verdadeira pressão do Cruzeiro até mesmo porque o Santo André se mostrava satisfeito com o empate.

As jogadas de ataque celestes paravam na retranca do Ramalhão e o tempo seguia contra o Cruzeiro. Aos 46 minutos do, a zaga andreense afastou um ataque, mas a bola caiu nos pés de Marquinhos Paraná. O volante, aproveitando-se da abertura dada pela zaga que se abria para sair no contra-ataque, achou Bernardo que de forma inteligente lançou Jonathan em velocidade na lateral da área. O lateral cruzou de primeira e achou Thiago Ribeiro que, de cabeça, fez um gol daqueles que não se esquece tão cedo.

Verdadeira explosão das arquibancadas!!! O Cruzeiro virava no último lance e mantinha vivo o sonho do G-4 e até mesmo do título. O Cruzeiro pulava para a 5ª posição ultrapassando o Flamengo e ficando apenas 1 ponto do Internacional (4º colocado) e 4 do São Paulo (líder). Pena que a próxima partida seria o confronto contra o Fluminense no qual o Cruzeiro teve a vitória nas mãos, mas deixou o Fluminense virar…

Ficha técnica Cruzeiro 3X2 Santo André

Motivo:  Campeonato Brasileiro 32ª rodada

Árbitro: Célio Amorim (SC)

Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Cláudio Caçapa (Leandro Lima) e Diego Renan; Henrique, Fabrício, Marquinhos Paraná e Gilberto (Bernardo); Guerrón (Eliandro) e Thiago Ribeiro. Técnico: Adílson Batista

Santo André: Neneca; Rômulo (Cris), Cesinha e Marcel; Élvis, Ricardo Conceição, Ávine, Júnior Dutra e Marcelinho Carioca (Fernando); Nunes e Pablo Escobar (Eduardo Ratinho). Técnico: Sérgio Soares.

Gols: Guerrón aos 13 minutos, Nunes aos 17,  Júnior Dutra aos 28, Eliandro aos 38 e Thiago Ribeiro aos 46 do segundo tempo.

Razões para se lembrar desta partida:

1º) Uma das maiores demonstrações de raça da equipe na temporada. Mesmo perdendo e a base de vaias, o time não se abateu e buscou a virada heroica com o gol de Thiago Ribeiro já nos acréscimos da 2ª etapa.

2º) A estreia do garoto Eliandro. Em sua primeira partida como profissional, o jovem entrou em uma verdadeira fogueiro, mas não se intimidou. Teve apenas uma chance para marcar e não desperdiçou mostrando como deve se comportar um artilheiro.

3º) A estrela de Adílson. A imprensa mineira gosta de destacar os erros do treinador, mas pouco valoriza seus acertos. Adílson apostou em Eliandro e Bernardo mesmo em uma partida onde muitos técnicos apostariam apenas em atletas experientes. Eliandro foi fundamental empatando a partida, assim como Bernardo que deu um passe espetacular para o lançamento de Jonathan para o gol da virada de Thiago Ribeiro.