Os Dez Jogos do Ano: 3º: Cruzeiro 5 X 0 Atlético-MG (Final do Campeonato Mineiro – Jogo de Ida)


Salve nação celeste! Chegamos ao pódio dos jogos marcantes de 2009 e o 3º lugar é o único jogo da lista pelo Campeonato Mineiro. Embora o título tenha se confirmado na partida seguinte, no empate por 1 a 1, ninguém pode negar que já no primeiro jogo da final o Cruzeiro ficou com as mãos na taça.  Nada mais justo, portanto, do que lembrar do jogo do título: A bigoleada sobre o Atlético-MG. 

Cruzeiro 5 X 0 Atlético-MG (Mostrando que 2008 não tinha sido por acaso)

A decisão do Campeonato Mineiro de 2009 foi tratada pela imprensa como o tira-teima das finais dos anos anteriores. Era consenso em Minas que o time do Atlético-MG era melhor do que o que havia sido goleado por 5 a 0 na final de 2008 e para muitos era até o favorito, mesmo tendo sido derrotado pelo Cruzeiro na primeira fase.

A melhor campanha do Galo na primeira fase credenciava o time alvinegro a conquistar o título com 2 resultados iguais e ninguém ventilava a hipótese que a final fosse novamente desequilibrada como em 2007 e 2008. A propaganda da partida foi toda sendo feita na imagem de que o equilíbrio entre as equipes tornaria a final de 2009 a mais emocionante dos últimos anos.

Tal expectativa parecia se confirmar durante o primeiro tempo. Embora o Cruzeiro pressionasse o rival, o Atlético conseguia levar perigo nos contra-ataques, principalmente em lances de bola parada criados por Júnior. Aos 39 minutos, porém, a situação começou a mudar. Wagner recebeu dentro da área e devolveu de calcanhar para Kléber que abriu o placar e na comemoração saiu imitando um galinho fazendo explodir a nação celeste no Mineirão.

O gol do Gladiador foi o único da primeira etapa e durante o intervalo os comentaristas de TV e rádios faziam questão de lembrar que o Atlético só precisaria de 1 gol nos próximos três tempos de confronto para recuperar o título. Destacavam os comentaristas ainda o equilíbrio da partida, apontando que todos estavam certos em dizer que o resultado de 2008 tinha sido mero acaso. O Cruzeiro, entretanto, voltaria para o 2º tempo disposto a provar o contrário.

Os dois treinadores promoveram mudanças na segunda etapa. Enquanto Adílson promoveu a simples troca entre um atacante e outro colocando Soares no lugar de Thiago Ribeiro, Celso Roth resolveu arriscar e lançou Kléber (da base atleticana) no lugar de Márcio Araújo desmontando o sistema de 4 volantes e recuando Lopes para a armação. A perda de poder de marcação do Atlético reforçaria ainda mais a superioridade celeste e a pressão cruzeirense seria a tônica desde o início do 2º tempo.

Aos 10 minutos, na quarta cobrança de escanteio do Cruzeiro na etapa, Wagner lançou na área e Leonardo Silva subiu mais alto que todo mundo e fez de cabeça o segundo gol do Cruzeiro. Na saída de bola, o Cruzeiro já retomou a pelota e conseguiu um novo escanteio. Wagner caprichou mais uma vez na cobrança e Ramires, também de cabeça, obrigou Juninho a fazer uma grande defesa e ceder novo escanteio, o sexto, em apenas 12 minutos.

A pressão do Cruzeiro seguia impressionante e em nova cobrança de escanteio de Wagner que terminou na cabeça de Leonardo Silva o Cruzeiro, aos 16 minutos, fazia o 3º gol. Os analistas agora destacavam que o Atlético tinha que buscar diminuir a vantagem para manter a final indefinida e tentar a vitória na segunda partida.

A esperança atleticana de uma reação começaria a ruir aos 18 minutos com a expulsão de Renan após falta dura sobre Ramires. O Cruzeiro passou a buscar controlar a partida, mas os espaços cedidos pela expulsão lançavam o time naturalmente para cima do adversário. A torcida já gritava” é campeão” quando, aos 33 minutos, Ramires, Soares e Jonathan fizeram uma bela triangulação que terminou no primeiro gol do lateral celeste e o quarto cruzeirense na partida.

A lembrança de 2008 passou na cabeça de todos naquele instante. O Atlético resolveu se lançar com tudo ao ataque, buscando o gol de honra para evitar a repetição do vexame do ano anterior. O Cruzeiro, por sua vez, mantia a posse de bola irritando os adversários que partiam para a violência. Aos 38 minutos, Leandro Almeida também acertou Ramires, mas desta vez o jogador celeste revidou. Os dois foram expulsos e os novos espaços criados em campo tornaram a busca pelo gol mais acirrada.

Aos 40 minutos, Kléber (Atlético) teve a melhor chance do Atlético na partida, mas Fábio defendeu. No contra-ataque, aos 41 minutos, Jonathan recebeu livre um lançamento de Gérson Magrão e só teve o trabalho de tirar do goleiro. 5 a 0 pelo segundo ano seguido e título garantido provando que, ao contrário do que dizia a imprensa, 2008 não foi por acaso e, por que não, já adiantando o que deve esperar Wanderley Luxemburgo no ano que vem.

Ficha técnica Cruzeiro 5 X 0 Atlético-MG

Motivo:  Final do Campeonato Mineiro: Jogo de Ida

Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP)

Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Léo Fortunato, Leonardo Silva e Gérson Magrão; Fabrício(Henrique), Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner; Kléber (Wellington Paulista) e Thiago Ribeiro (Soares). Técnico: Adílson Batista

Atlético-MG: Juninho; Werley (Marcos Rocha), Marcos, Leandro Almeida e Júnior; Renan, Carlos Alberto, Márcio Araújo (Kléber) e Rafael Miranda; Lopes (Chiquinho) e Diego Tardelli 

Gols: Kléber aos 39 minutos do primeiro tempo e Leonardo Silva aos 10 e 16 e Jonathan aos 33 e 41 do segundo.

Razões para se lembrar da partida:

1º) A torcida celeste está acostumada a vibrar com Campeonatos Mineiros, mas nunca se esquecerá do bicampeonato conquistado com duas goleados por 5 a 0 sobre o Atlético. Nos mais de 30 títulos dos dois clubes, apenas o Cruzeiro pode dizer que conseguiu esta conquista.

2º) A vitória empurrada guela abaixo de boa parte da imprensa mineira que teve que reconhecer que estava errada ao dizer que o Atlético era favorito, além de aceitar que o resultado de 2008 não era por acaso.

3º) A comemoração de Kléber que irritou os atleticanos e ajudou no desequilíbrio emocional do rival. No melhor estilo Paulinho Mclaren, que também fez comemoração parecida, o Gladiador começou a festa que terminaria com a goleada ao final dos 90 minutos.