Os Dez Jogos do Ano: 2º: Cruzeiro 1 X 2 Estudiantes (Final da Libertadores – Jogo de Volta)


Salve nação celeste! A retrospectiva dos jogos do ano do GDG segue hoje com a única derrota que realmente marcou o ano cruzeirense e que, infelizmente, ainda será lembrada por muito tempo. Com o título nas mãos, após vitórias nas mais difíceis batalhas , o Cruzeiro viu tudo ruir com a derrota para o Estudiantes no Mineirão. Momento que todos queremos esquecer, mas que, na verdade, temos que lembrar sempre para que o filme não se repita em 2010. 

Cruzeiro 1 X 2 Estudiantes (A queda fatal no Mineirão)

Cruzeiro e Estudiantes se enfrentaram pela 4ª vez no ano na decisão da Libertadores e até aquele momento o confronto estava equilibrado com uma vitória para cada lado e um empate. Mesmo assim, empolgados com as vitórias sobre São Paulo e Grêmio nas fases anteriores e com o retorno de Ramires, destaque da seleção na Copa das Confederações, os torcedores cruzeirenses vestiram a camisa do favoritismo e foram ao Mineirão convictos de que o tri não escaparia.

Mesmo antes da partida começar a festa parecia perfeita. Um telão exibiu as imagens de todos os campeões da Libertadores, um a um, com o Cruzeiro devidamente homenageado, pela Conmebol e pela torcida que vibrou com as imagens, assim como os demais brasileiros campeões e o Estudiantes e o Boca receberam uma sonora vaia nos seus momentos, além, é claro, de um grito de “Cadê o Galo” com o encerramento do vídeo. Palhinha, herói de 76, também foi homenageado pela Conmebol incendiando as arquibancadas mesmo antes da partida começar.

Com a entrada das equipes em campo a torcida cruzeirense exaltou os jogadores na expectativa de que as belas atuações do clube no Mineirão durante a Libertadores se repetissem, mas foi só o apito inicial soar que nós vimos um Cruzeiro bem diferente. Nervoso, o Cruzeiro entrava em campo brigador, no espírito dos argentinos, mas esquecia-se de jogar bola. Ramires estranhava-se constantemente com Verón, resgatando a rivalidade iniciada em La Plata e que terminaria em confusão aos 15 minutos, quando Verón revidou a cotovelada de Ramires na Argentina e Kléber foi tirar satisfação. O árbritro Chandia, no entanto, ignorou a confusão, assim como já havia acontecido na partida de ida.

Durante a primera etapa o Cruzeiro até conseguiu criar algumas chances, mas nada que significasse um perigo real para os adversários que, no contra-ataque, mostravam sempre que também tinham artifícios para conseguir o gol. E assim seguiu até o fim do primeiro tempo.

Na volta para o segundo tempo, Adílson deu o recado que o time precisava tocar a bola e impor seu jogo. Logo nos primeiros minutos, o time assimilou a informação e começou uma pressão sobre os argentinos que terminou em um chutaço de Henrique aos 6 minutos abrindo o placar no Mineirão. Festa no Mineirão!

A confiança tomou conta de todos, principalmente quando o Cruzeiro desarmou o Estudiantes na saída de bola e quase marcou o segundo. Os gritos de “mais um” começaram a aparecer no Mineirão e o time partiu para cima, abrindo espaços para o contra-ataque. Decisão imatura do time que cedeu caminho para que aos 12 minutos Cellay recebesse uma bola recuperada por Verón e emendasse um cruzamento para que Fernández igualasse o marcador.

O gol deixou o Cruzeiro novamente nervoso na partida. Wagner teve que deixar o campo lesionado para a entrada de Athirson e o time voltou a errar inúmeros passes e os argentinos esboçaram uma pressão. Aos 23 minutos, Boselli chegou com perigo, mas aos 27 minutos ele não perderia a oportunidade e viraria o placar após cobrança de escanteio de Verón.

O time celeste sentiu o gol e buscou uma pressão final no desespero, mas chances de gol só reapareceram depois dos 40 minutos. Thiago Ribeiro colocou uma bola no travessão e chutou outra por cima do gol, mesmo livre na área. A última chance foi com Thiago Heleno que chutou mal colocando fim na esperança de que o tricampeonato viria em 2009.

Ficha técnica Cruzeiro 1 X 2 Estudiantes

Motivo:  Final da Libertadores: Jogo de Volta

Árbitro: Carlos Chandía (CHI)

Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Gérson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner (Athirson); Kléber e Wellington Paulista (Thiago Ribeiro). Técnico: Adílson Batista

Estudiantes: Andújar; Cellay, Desábato, Schiavi e German Ré; Braña(Sánchez), Verón, Pérez e Benítez (Díaz); Fernández (Calderón) e Boselli. Técnico: Alejandro Sabella.

Gols: Henrique aos 6, Fernández aos 12 e Boselli aos 27 minutos do segundo tempo.

Razões para se lembrar da partida

1º) A homenagem aos campeões antes da partida começar foi um show a parte para quem estava no estádio. Momento de glória ser palco de uma festa de reconhecimento aos grandes campeões continentais, principalmente ao ver nossos ídolos dentro desta galeria.

2º) A vibração do Mineirão até o gol de Henrique. A torcida foi impecável e empurrou o time. O erro foi pedir mais um logo em seguida…

3º) Libertadores é raça e atenção o tempo inteiro. A grande lição desta partida foi que o jogo só termina quando o juiz apita. Adílson pensou em pôr Elicarlos no lugar de Wágner, mas temeu as vaias da torcida. A tática de marcação reforçada tinha levado o time até a final, mas a torcida só admitia que o time desse show. Buscando o segundo gol, o time deu espaços para que os argentinos conseguiessem o empate e arrancassem para vitória. Lição aprendida para 2010. Não vamos errar novamente.