O Treinador…



Desde que acompanho o Cruzeiro, vários treinadores passaram por aqui, mas, o atual, Adílson Batista, sem sombra de dúvidas, é o treinador com o qual eu mais me identifiquei.

No início, estive um pouco desconfiado em relação ao que aquele jovem treinador poderia fazer pelo Cruzeiro. Mas, bastou o primeiro jogo, contra o Cerro Porteño, para eu perceber que, apesar de jovem até então, Adílson sabe o que faz.

O esquema de 3 volantes, que ainda era novidade, caiu como uma luva para que os laterais tivessem liberdade em evoluir taticamente como alas, conforme a situação da partida.

Adilson Batista, técnico do Cruzeiro - Foto: VipCommComo desde 2003 não se via, o Cruzeiro voltou a ser um dos times mais temidos e respeitados do cenário atual do futebol nacional. E parte desta grande evolução foi graças ao trabalho de Adílson, porém, não esquecendo o mérito de Dorival Júnior.

Com autoridade, em apenas 5 meses de trabalho do novo treinador, o Cruzeiro vencia o rival municipal na final do Campeonato Mineiro com direito a uma não surpreendente goleada de mão cheia.

Retrocedendo às semi-finais deste mesmo Campeonato Mineiro, ao poupar alguns jogadores para disputa da Libertadores, Adílson Batista viu o Cruzeiro ceder o empate ao Ituiutaba depois estar goleando por 4 tentos a 1. Foi nessa partida que começaram, ainda de forma branda, os questionamentos em relação às substituições nada “ortodoxas” do treinador.

Era um prato cheio para a imprensa mineira. O monotítulo de Lourdes não vencia o Maior de Minas há dois longos anos e já não havia mais tanta emoção nos certames do futebol mineiro.

A acidez das declarações de Adilson somada aos bons resultados do Cruzeiro diante do ex-rival geraram um certo desconforto nos bastidores da principal emissora de rádio esportivo de Minas Gerais.

A grande campanha do Cruzeiro na Copa Libertadores de 2009 fez com que os principais críticos do treinador se aquietassem esperando a próxima queda.

E a queda veio…

Após a derrota na final da Libertadores, o que se viu foi um caminhão de críticas em tom de alívio por “profissionais” totalmente parciais.

Como naquele período o pequeno zebrado vivia um momento de ilusão na classificação do Campeonato Brasileiro, alguns jornalistas-torcedores literalmente soltaram a franga e proferiram piadinhas que demonstravam toda parcialidade enrustida em tais profissionais.

Um pequeno exemplo do que estou relatando, foi o caso do narrador Atleticano, Mario Henrique, que antes de se declarar emplumado, fizera duras críticas ao treinador Cruzeirense.

Sim, ele criticava porque, na certa, estava cansado de ver seu pequeno time sair derrotado diante do Maior de Minas.

Este mesmo narrador cacarejou piadinhas, ao vivo, na TV Alterosa, sobre a derrota do Cruzeiro na final da Copa Libertadores. “É, Adílson, você sonhou com Abu Dhabi e acordou na zona de rebaixamento do Brasileirão…”, dizia o narrador e radialista, provocando nosso treinador e toda Nação de nove milhões de pessoas.

Como o que conta é a tradição e o peso de uma camisa, no final, mais uma vez, nós rimos por último e grande parte do mérito dessa busca pela vaga na Libertadores foi do treinador.

Restou apenas o silêncio aos que se iludiram com o momento de um time cujo ídolo, eterno reserva em times grandes, se mostrou um pipoqueiro de mão cheia.

Agradeçam: É melhor ouvir estes “profissionais” do rádio que ser surdo.

Saudações.