10 abr O senhor de Minas
Salve, guerreiros!
Que conquista memorável! Épica, cheia de significado. Não pelo campeonato Mineiro em si, mas por algumas circunstâncias especiais que envolveram essa decisão. O adversário de sempre, não incomoda pelo fato de ser nosso rival, estamos acostumados a vencê-los. O que incomoda mesmo, é o fato de eles darem tanta importância ao Cruzeiro, que vencer-nos é o ponto alto do ano deles. Por isso, perder para o Atlético Mineiro nunca é uma opção, seja em que campeonato for.
Necessário faz-se começar estas breves linhas trazendo a memória o campeonato como um todo. A Raposa foi quase perfeita. foi atropelando um por um seus adversários, rodada após rodada. Construiu uma pontuação sólida, mesmo em alguns momentos usando um time “alternativo”. Abrimos uma vantagem de 11 onze pontos para o adversário desta final. As quartas e semifinais foram tranquilas, sem muitos sobressaltos, assim como havia sido a fase de classificação.
Vou abrir um parênteses aqui para falar do esdrúxulo regulamento que incluiu uma fase a mais. Desnecessário classificar oito time em doze. A mudança desfigurou um dos regulamentos de estaduais mais interessantes do país. Estadual tem que ser assim, simples e rápido. Veja o Carioca, por exemplo, é uma aberração. Os caras mantêm em nome de uma tradição besta três taças em um só torneio, uma banalização ridícula.
Voltando ao nosso assunto, A Raposa fez sim um papelão. Na primeira partida em doze minutos quase entrega a paçoca do campeonato todo. Dedé fez muita falta naquele jogo. Não vou mandar aqui o famoso “se”. Falando em Dedé, o atleta é a síntese desses cento oitenta minutos. Sua história de luta e superação se funde com o que a Raposa fez nesse confronto. Assim como o zagueiro lutou por dois anos contra suas seguidas contusões, o time celeste teve que encontrar forças para re-inverter a vantagem perdida no primeiro de abril. Dedé foi um monstro no segundo jogo. Não deu ao Atlético a menor chance.
A Raposa precisou apenas ter o trabalho de construir o placar que lhe devolveria o título confirmando tudo aquilo que fez durante todo certame. Suas cinco estrelas brilharam demonstrando que o Cruzeiro Esporte Clube não é apenas o “Maior de Minas”. O Cruzeiro é o Senhor de Minas! Está muito a frente de qualquer outro no estado. Rivaliza, na verdade, com os maiores times do Brasil. vou parafrasear Rafael Sobis: “Por isso a traseira de um ônibus está cheio de taças, e no outro não tem nada.”
Por isso, a torcida rival exalta as vezes que nos eliminaram, exalta vitórias simples em brasileiros, exalta sua própria torcida, pois seu pequeno time, não ajuda. Por isso, “uma copa do Brasil vale mais que cinco”, “uma Libertadores vale mais que duas” (risos). O time que ninguém respeita, erram a grafia “Alt Mineiro”, apelidam “Átomo Mineiro”, “time do Ronaldinho”. O time que tem como hábito apagar refletores… (risos e mais risos).
Vamos nos ater ao Cruzeiro, o Senhor de Minas. O time que encanta gerações, que faz filhos das aves trocarem as penas por pelos. Tem as conquistas como certeza, não como um “ideal”. O time azul estrelado está destinado às grandezas, mas, uma vez vou citar Sobis: “O Cruzeiro é grande, e faz com que os jogadores sejam grandes”. A Raposa, na verdade, não deu a volta por cima, apenas fez valer sua superioridade. Deu corda para os galináceos se enforcarem, e eles, como sempre caíram como patinhos, aliás, galinhas (risos).
Parabéns a toda equipe celeste, à comissão técnica, e , principalmente, à toda China Azul, responsável por todos os grandes públicos do Mineiro 2018. Não apenas presença, apoio, canto, grito, força… uma senhora torcida, para um senhor time, o Cruzeiro Esporte Clube, o Senhor de Minas.
Por: Álvaro Jr
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