O que vi na tarde do último Domingo, no Mineirão


O que vi na tarde do último Domingo, no Mineirão - Cruzeiro Esporte Clube

Ah, não foi pouca coisa. O jogo era tratado como decisão por todos os torcedores, o clima na cidade era de festa logo cedo, ou melhor, desde o dia passado.

Rojões estouravam à todo instante, a medida que o dia amanhcia, as camisas celestes tomavam conta das ruas de Belo Horizonte. Ninguém queria deixar de estampar seu amor por um time tão fantástico com o Cruzeiro Esporte Clube. Um time que naquele dia poderia atingir marcas expressivas e históricas. A euforia não podia ser menor.

A semana que antecedeu o dia do jogo (Cruzeiro x Grêmio – BR’13) foi melancólica. As horas não passavam, os dias menos ainda. Demorou mais ou menos uns 2 meses pra passar de segunda-feira até o sábado. E se achei que o tempo estava andando de vagar, era porque ainda não tinha chegado o dia D. O Domingo foi umas 10 vezes pior. Como se não bastasse a ansiedade ter me tirado algumas horas de sono, as horas pareciam engatinhar, mal conseguia esperar dar a hora de sair para o estádio. Mas, com muito custo, chegou.

Cara pintada, uniforme no corpo, bandeira nas costas, ingresso no bolso. Preparado para batalha lá fui eu. O trajeto era a pé, saindo do bairro Caiçara, pegando a avenida Carlos Luz, rumo ao Mineirão. No caminho, a emoção já tomou conta de mim, uma carreata, como de costume, dessa vez, tomada por faixas de campeão. TRI CAMPEÃO. Tomada por caras pintadas, por empolgação, por festa.

À medida que me aproximava das imediações do estádio, ali perto do Carrefour, os gritos e cânticos já começavam a ser perceptíveis. Ponto importante da campanha celeste. A trilha sonora deste ano foi mais que especial. Músicas novas de torcidas e movimentos novos. Todo mundo lembrará do Tri Campeonato, como o campeonato dos LOUCOS que empurravam o Cruzeiro. Dos loucos, que pedem cerveja, por favor e são Cruzeiro Esporte Clube até morrer.

O que vi na tarde do último Domingo, no Mineirão - Cruzeiro Esporte ClubeFalando nisso, “uma cerveja por favor”, agora sim a festa tava pronta. Após cantar e espiar um pouco a movimentação do lado de fora, preparei o meu cartão de Sócio do Futebol e procurei entrar no estádio bem cedo. Por volta das 14h30.

Lá dentro, ainda estava vazio. Procurei um lugar estratégico para ficar. Fui de portão C, inferior amarelo, procurei ficar logo atrás da meta, não queria perder a chance de ver bem de perto o gol do título.

A medida que o estádio ficava cheio, a ansiedade aumentava, e o tempo, passando ainda mais de vagar. O telão do estádio, periodicamente mostrava o público parcial que já tinha acessado a arena. 10 mil, 20 mil, 35 mil, 40 mil…

A essa hora o estádio já estava em festa. Os hits embalados principalmente pela TFC e pela Geral Celeste, fazia a galera se agitar e já não existia torcedor sentado nas cadeiras do estádio.

Quando penso que não, eis um dos momentos daquele dia. No telão, Sorín. E uma reverencia de peso para o ídolo. O maior que vi. Para mim, pelo menos.

Quanta nostalgia… Gritar novamente, o nome de Sorín, cantar a música que ele mesmo trouxe para o Mineirão. Num jogo que podia dar o título brasileiro ao Cruzeiro. Aquele momento, tudo já estava bão demais.

Alguns minutos depois, mais uma sessão nostalgia. Dessa vez era Ricardinho que tinha o nome entoado por toda Nação Celeste. O mosquitinho também apareceu para a festa, festa mais que especial.

As dezessete horas já se aproximava, não antes de subirem os goleiros do Grêmio para o aquecimento. Dida, aquele mesmo, o herói de 97, também teve o seu nome entoado pela torcida. O goleiro, humilde e agradecido, acenou para a torcida, em sinal de respeito a uma história gloriosa.

Ah, já estava me esquecendo. Vocês lembram do Fubá? Da “treta” que rolou entre ele e a Máfia Azul? Então. O cara simplesmente DO NADA, aparece no anel inferior com sua tradicional camisa laranja. Outro que teve o nome lembrado pela torcida, passa correndo pelo anel superior e posiciona seu caixote junto à Geral Celeste. Mais um fato para o jogo histórico.

Bola rolando e o estilo de jogo marcante do Cruzeiro no ano de 2013 começou a fazer efeito. O time Azul Estrelado foi superior toda a partida, e ainda no primeiro tempo foi recompensado com um gol. Um golaço, diga-se de passagem, do guerreiro, do antes criticado, do artilheiro, do cara dos gols importantes, de Borges.

Estava atrás do gol contrário do que foi marcado o tento. Por um instante, vi um maluco pulando, uma perna para o alto, e segundos, milésimos depois, estava a bola morrendo no canto esquerdo deDida. EXPLODE CORAÇÃO. EXPLODE MINEIRÃO!

O Grêmio até que tentou, tentou e tentou, Mas o dia era do Cruzeiro, o dia era de Fábio, que pegou até pensamento. Mais um, dois gols e os gritos de “Já virou sacanagem”.

Que cena emocionante. O bandeirão subindo, a torcida fazendo festa, e quando o bandeirão desce novamente, vejo um bando de loucos, com a camisa rodando no alto, acaba o jogo juizão.

Bastou o apito final para a torcida, explodir mais uma vez, novamente. O título ainda não veio. Ou será que veio?

Foi emocionante. Eu, que só tinha visto conquistas pela TV, tive a oportunidade de ver de perto, a sincronia entre torcida e jogadores, a comemoração eufórica, principalmente de Dagoberto. A raça inconfundível de Nilton. A união de um grupo que cabe dentro de um carro maca.

… A emoção de uma torcida que não cabe no Mineirão.

Após cerca de uma hora, saio do estádio, me encontro com mais um mar de loucos. Loucos e Cruzeiro. Loucos que subiam onde dava para subir, cantavam o mais alto que podiam, pulavam o máximo que conseguiam. Loucos que aproveitaram a fonte d’agua da esplanada para refrescar e mais uma vez, serem loucos.

Loucos que são Cruzeiro, loucos que agora, fora do estádio, pediam novamente, mais umas cervejas, por favor. Loucos que acabavam de presenciar o TRI CAMPEONATO do Cruzeiro Esporte Clube. Em uma tarde única, emocionante e inesquecível.