O pior cego é aquele que não quer ver


O Cruzeiro precisava vencer a Ponte Preta para embalar no Brasileirão, mas a derrota foi MAIS UMA prova de que o ano de 2012 será de poucas alegrias para a torcida. 

O título da coluna é um “ditado popular” que se aplica corretamente ao momento do Cruzeiro. E não estou falando de uma pessoa específica, ou apenas desta temporada.

Primeiro, vamos à partida. A Ponte Preta é um time limitado e jogaria na base da força e nos contra-ataques. Os paulistas foram competentes numa falha coletiva da defesa, os volantes e o zagueiro Léo saíram para marcar uma jogada pela esquerda, deixaram o Marcinho livre, que tocou para Cicinho abrir o placar.

O Cruzeiro tinha uma posse de bola sem produção – poucos lances de perigo, praticamente nenhuma finalização, exceto no lance do empate, graças ao talento de Montillo e o oportunismo de Borges.

O primeiro tempo ainda ficou marcado pela polêmica de Charles, que para mim foi o primeiro “pior cego”. Não apenas ontem, mas em várias outras partidas, ele alterna boas jogadas e roubadas de bola com falhas e erros grosseiros e infantis. Atrapalhando o time deste jeito, Charles não tem nenhuma moral para ficar fazendo gestos para a torcida, que vaiou com toda a razão. O torcedor do Cruzeiro não é cego – se um jogador estiver jogando bem ou, pelo menos, não falhar, ele jamais vai receber vaias.

Também não está clara a verdade sobre as palavras que Charles falou para Celso Roth – mas isto pouco importa, porque ele continuou em campo e, no segundo tempo, se ele não produziu nada de importante, pelo menos não comprometeu.

Já o segundo tempo – é a MINHA OPINIÃO, os leitores podem não concordar – ficou marcada por outros “piores cegos”.

O primeiro “pior cego”, o goleiro Fábio, que falhou de forma ridícula no segundo gol. E estou destacando esta falha porque foi decisiva no resultado – a Ponte Preta não fez mais nada durante todo o jogo, e o Cruzeiro teria mais tranquilidade para buscar um gol.

Ele até reconheceu a falha, mas – repito, é a MINHA OPINIÃO – ontem tive mais uma prova de que Fábio pode até ser um ótimo goleiro, e que comete falhas, como todos os goleiros também falham. O problema é que suas falhas sempre acontecem quando o Cruzeiro mais precisa. E isto, pra mim, tem nome – falta de “estrela”, falta de “ser decisivo”.

Acima de Fábio, entretanto, tem outro “pior cego”, Celso Roth. Para começo de conversa, ele provou, mais uma vez, que é um mestre na arte de atrapalhar o próprio time dentro de campo. Há várias colunas venho batendo na mesma tecla – QUAL O ESQUEMA QUE O CRUZEIRO TEVE MELHOR RENDIMENTO EM 2012??? Uma linha de quatro defensores, dois ou três volantes, um ou dois meias, um centroavante e um jogador de velocidade.

Ontem Wallyson voltou ao seu “futebol normal de 2012”, ou seja, um lixo, um zero à esquerda, um inútil. E qual a solução que Celso Roth acha que vai dar certo? Colocar Wellington Paulista em campo…DE NOVO, dois centroavantes, DE NOVO Borges sumiu em campo, DE NOVO Montillo ficou sobrecarregado.

Aí pergunto – onde está Fabinho? Ele pode não ser o jogador dos sonhos da torcida, mas nas poucas vezes que entrou em campo, foi mais regular que Wallyson. E Anselmo Ramon, que também está longe de ser craque, mas é muito mais eficiente no papel de pivô do que Wellington Paulista?

Isto sem contar Marcelo Oliveira de lateral-esquerdo. A cada partida que Celso Roth escala este volante que não sabe cruzar nem chutar, me lembro daquele pesadelo chamado Gérson Magrão – a improvisação é parecida, o futebol medíocre e de quinta categoria, também.

Mas acima de Charles, de Fábio e de Celso Roth, existe um supremo “pior cego” no Cruzeiro, que vai muito além da simples partida de ontem.

O campeão neste quesito é, sem dúvida, Gilvan de Pinho Tavares, aquele moleirão que se diz presidente do Cruzeiro, parece um aposentado chegando na praia para passar férias com a família, só de olhar pra ele dando entrevistas tenho vontade de rir.

Sim, porque este sonolento é o maior responsável por deixar o Cruzeiro na situação que está. Primeiro, ainda manteve na diretoria e comissão técnica a turma do Perrella. Começou a temporada fazendo a bobagem de manter Vágner Mancini como técnico, logo ele, que só teve dois pontos positivos na sua curta passagem – salvar nosso time do rebaixamento e enfiar 6×1 no maior time de segunda divisão de Minas Gerais.

Depois, contrata quase todos os jogadores medíocres que aparecem na sua frente…numa rápida lembrança, Amaral, Rudnei, Gílson, Fábio Lopes, entre outros. Gasta o dinheiro em muita coisa errada, ao invés de fazer poucas contratações certas.

Ainda teve a cara de pau de falar que “não precisa contratar outro velocista porque tem Wallyson”. Ele jogou “mais ou menos” apenas uma partida e já virou solução do time? A cada vez que Wallyson e outros determinados jogadores entram em campo, fico mais convencido de que a escalação de alguns atletas é ordem de empresário.

Por fim, não tem pulso firme, não tem a capacidade de falar algumas verdades na cara dos atletas – que na verdade são funcionários do clube, empregados mesmo, que recebem salário e devem, portanto, obedecer às ordens de seus superiores. Ele deveria chamar cada jogador do time na sua sala e, como se diz por aí, “pegar pelo colarinho” e exigir mudança de atitude.

É muita cegueira junta. É muita incompetência junta. O resultado está aí.

Agora, duas partidas fora de casa – o Santos desfalcado das suas estrelas e em crise, o Bahia que está na zona de rebaixamento. Se não conseguir pelo menos quatro pontos nestas duas partidas, pode fazer mais faxina no time, porque o Cruzeiro está precisando de pessoas que querem trabalhar, não para atrapalhar.

Ouviram bem o recado, senhores Gilvan, Roth, Charles, Wellington Paulista, Wallyson e Marcelo Oliveira?

Hoje, às 21hs(AO VIVO) no Guerreiros em Debate repercutiremos tudo que rolou na derrota para a Ponte e a preparação do time Celeste para a 15ª Rodada. A China Azul participa mandando perguntas pelo Facebook e pelo Twitter, com a hashtag #RadioGDG.

Abraços a todos.

Foto: VipComm