O mundo imaginário de Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro


Cruzeiro Esporte Clube - O mundo imaginário de Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro - Foto: VipComm

Olá guerreiros! Minha proposta hoje é utilizarmos nossa imaginação. Senão fosse um texto, pediria a todos que fechassem os olhos, mas ninguém poderia ler. Na verdade, antes de usarmos a mente precisamos nos ambientar dos fatos, então vamos a eles.

Marcelo Oliveira, o treinador do nosso Cruzeirão, foi contratado pela diretoria sob a desconfiança de grande parte da torcida. Ele sabia que precisava vencê-la com resultados e a diretoria lhe deu, além de respaldo, um bom elenco. É conhecido de todos nós a história do Cruzeiro em 2013: a vitória no primeiro clássico, apesar de tudo nos parecer contrário, os bons resultados no campeonato mineiro, ainda que os adversários fossem muito fracos, a utilização diversificada do elenco em função de várias situações como documentação, contusões, suspenções e nessa diversificação todos os jogadores que foram entrando, foram mostrando seu valor no elenco.

Em nome do entrosamento da equipe, Marcelo montou sua base e tentava repeti-la o máximo de vezes possível, então começou o declínio dos números que o credenciaram junto a torcida e justificaram o fato da diretoria do clube tê-lo bancado.

O mineiro termina com a vitória sobre o rival, triunfo esse que serviu para apagar a má impressão deixada pelo vexatório três a zero do primeiro jogo, mas que não descredenciaram Marcelo Oliveira por dois motivos: fora aquela nossa única derrota no ano até então; seus números eram os melhores entre todas as equipes da série A do brasileiro.

Falando em brasileiro, cinco rodadas se passaram e apesar de alguns reveses as estatísticas do Cruzeiro continuaram favoráveis, próximos ao G4 e com uma intertemporada acertada, o time se manteria em atividade e teria a possibilidade de treinar variações. Dos dois objetivos, apenas um foi cumprido como já conversamos na semana passada.

Volta o brasileiro e o primeiro compromisso é contra a Lusa, com todo respeito, um time mediano para o qual seria impensado perder pontos. O lado positivo foi que mudanças ocorreram: Leandro Guerreiro, muito contestado pela torcida perdeu vaga para Souza e ao que tudo indica o reinado do artilheiro dos gols perdidos, Anselmo Ramon, parece ter chegado ao fim.

Vamos então ao exercício de imaginação proposto lá no início: somos Marcelo Oliveira e temos um “camisa dez” que não pode reclamar de oportunidades de mostrar seu futebol. Ele é titular absoluto do time e só deixa de ir a campo quando acontece uma lesão ou suspensão. Apagado nos dois amistosos da intertemporada, muito se espera dele no retorno ao brasileiro e é uma das piores atuações com a camisa do Cruzeiro. Resolvemos então substituí-lo e em um gesto de extremo desrespeito ele sai de campo sem cumprimentar o treinador e vai direto para o vestiário. Com sua saída, Everton Ribeiro assume a armação do time e cria ao menos três ou quatro oportunidades claras de gol, uma delas sonoramente perdida por Anselmo Ramon. Imagine o que fazer? Continuar bancando o “camisa dez” apesar das más apresentações e do desrespeito do último jogo? Ou trocar definitivamente a armação de dono e ver as oportunidades de gols surgindo? Não seria ao menos salutar para o grupo manter os dois em campo fazendo o camisa dez atuar mais adiantado para evitar desgastes? As contusões e recuperações de atletas estariam dificultando realmente a armação da equipe?

Convido vocês, amigos leitores, a imaginar comigo as respostas a essas indagações, pois são os questionamentos que tenho feito rodada após rodada e penso que algumas delas deveriam permear o imaginário de Marcelo Oliveira, porque a nós, resta imaginar, a Marcelo Oliveira, executar.

Resta saber se a este, a quem cabe a execução, há isenção e coragem para promover as mudanças que o Cruzeiro precisa para somar os pontos e manter os números que nos fizeram trocar a desconfiança pelo crédito que até então temos dado ao comandante celeste.

Saudações China Azul!