22 fev O futebol e os ditados populares
A melhor tradução do ditado popular “pimenta nos olhos dos outros é refresco” sempre vem depois de um ex-clássico mineiro. E é até bonitinho ver como o outro lado tem o dom de chorar quando a pimenta arde no deles, causando um lapso de memória sobre todas as vezes que isso aconteceu do nosso lado e eles se resumiram a tratar as nossas considerações como desculpa de peidorreiro.
Bom, desculpa de peidorreiro é chorar um gol legal impedido depois de um gol ilegal anotado na conta. Vamos usar a psicologia deles: o gol do chorador number 9 da equipe deles mudaria o rumo da partida, talvez até o desfecho. Correto? Correto. Assim como o gol impedido que foi validado mudou. O Cruzeiro deu aquela apagadinha momentânea depois de tomar o gol, e quase, muito quase, que o desastre não foi todo nosso. Mas contra esses males, já dizia minha vó: “melhor prevenir que remediar”.
Desculpa de peidorreiro é achar que fez um lindo jogo com garra e perdeu por 3×1 porque o juiz invalidou um gol legal. Nós é que temos garra, e além de garra, só nós para termos paciência de jogar contra um timinho medíocre e sem grandes aspirações. Jogar contra o Atlético Mineiro é quase como cumprir tabela. Todo mundo já sabe que pode somar os 3 pontos aqui pra gente, e é uma perda imensa de tempo e dinheiro fazer os 105 minutos acontecerem. Mas é sempre divertido, depois, ver tanto choro… até parece que eles foram os primeiros a ser roubados. Mini Chicken, se segura que lá vem a novidade: vocês não foram os primeiros. Acreditem: até nós já sofremos com a arbitragem. É sério! Mas existe uma coisa que chama-se competência. E, contra isso, nenhuma arbitragem duvidosa pode competir. Não é, Roger?
Nessas horas me lembro das palavras sábias de Arthur Muhlenberg, blogueiro do Flamengo em um site de esportes: a única competição de que os Mini são campeões incontestes é no chororô. Preventivo e posterior. Choram antes, choram depois, parecem até seus algozes cariocas. Nessas horas só me resta dar o conselho de “chorar na cama, que é lugar quente e seguro, porque o que não tem remédio…” vocês já sabem o resto.
E depois de tudo, titio Luxa ainda vem encher o saco… que feio, hein, Tio Luxa? Tanto carinho e apreço da nossa parte, te apoiando no seu primeiro confronto direto com a gente, e o senhor, tão elegante e engomadinho, responde com gestos chulos? Já dizia um belo ditado internacional: “a ignorância é o último refúgio dos incompetentes“.
Ignorância essa que pudemos ver, inclusive, fora de campo. Antes e depois do jogo. Das duas partes. Ridículo ver como, em pleno ano 10 do século XXI, nego ainda tem a capacidade de chegar às vias de fato por causa de futebol. Quem não entende que futebol é brincadeira, é diversão, não pode jamais ser torcedor de futebol, porque de futebol não entende. Portanto, independente de ser cruzeirense ou atleticano, se quer brigar, já sabe qual é o seu lugar né?
Legal é fazer um movimento divertido e de paz para zoar as pessoas. E nisso a torcida do Cruzeiro está de parabéns. O Mineirão se coloriu de alaranjado – e, pasmem: ficou lindo! Graças a movimentos independentes e apoio de grandes torcidas e de sites como o Guerreiro dos Gramados, que apoiaram a idéia, divulgaram e ajudaram na festa, fomos parar na grande imprensa nacional como uma torcida que sabe fazer a festa, sabe zoar o adversário, mas sem apelar para a baixaria, mau gosto e porrada generalizada. É isso aí, China. A América é nossa, e azul e branco representam liberdade e paz. É disso que a gente entende.
Termino essa crônica na segunda-feira sem ônibus de Belo Horizonte com uma piadinha que acabei de ler no Twitter: Você sabe por que atleticano não joga Counter Strike?
Pra não ouvir: “Roger That”. :p
E vamos com tudo quarta-feira pra cima do Colo Colo! Já que eles nos deram a vaga, vamos aproveitar e fazer a balisa perfeita. O Flanelation fica para o próximo ex-clássico do ano. Na cabeça, nosso novo ditado popular preferido: “Libertadores, ser Campeão”.
Beijoamovocêstchau!