29 maio O diretor, a bandeirinha e a playboy!

Era uma vez, duas pessoas que em nossa narrativa ocupavam posições distintas cada um na sua função. O primeiro, vamos chamar de Eduardo. Ele era diretor de futebol de um grande clube de um país chamado Casa da mãe Joana. Ela se chamava Aline e parecia ser bandeirinha de futebol.

Como em Casa de Mãe Joana as coisas não costumam serem muito organizadas, Aline opta por um Hobby de auxiliar de arbitragem, função não profissionalizada no país (daí chamar de hobby). Eduardo por sua vez tem seu diploma acadêmico para exercer sua função de diretor de futebol.

Conhecida pela beleza, Aline diz aos quatro ventos que quer tornar-se conhecida pela sua capacidade, não pela sua forma física. Eduardo não diz nada a respeito de si com palavras, mas diz muito com atitudes.

Nossa história começa quando o caminho deles se cruza. Aline estava escalada para arbitrar como auxiliar um jogo do time que Eduardo dirigia. Começa a partida e os dotes de beleza de Aline mal são notados pelos torcedores que estão vidrados no jogo e preocupados em gritar: “Bicha” (risos). Mas ninguém vê o trabalho que Eduardo faz nos bastidores.

Aline, entre outros erros, marca um impedimento absurdo de 3,26 mt prejudicando o time de Eduardo impondo-lhe a primeira derrota no campeonato. Difícil para Eduardo engolir isso, uma vez que seu trabalho de administrar o clube é muito difícil porque são inúmeras variáveis envolvidas. Enquanto o trabalho dela se resume a levantar uma bandeira e marcar algumas infrações.

Eduardo desabafa aos microfones da imprensa e não pretendo fazer juízo de valor no que ele disse, mas, para ciência de todos, ele elogia os dotes físicos da moçoila e diz que ela faria mais sucesso posando para uma revista masculina.

Aline se torna “a vítima” do machismo no Brasil! Vai a todos os programas, dá inúmeras entrevistas e vira um tremendo arroz de festa cobrando cachê, é lógico! Eduardo, pobre Eduardo. É hostilizado pela imprensa vira o vilão da história e a sensação que passa é que os erros grosseiros de Aline são ignorados pela opinião especializada, por conta das palavras de Eduardo.

A história parece ter um fim com uma multa e o afastamento público de Eduardo de suas funções por cento e vinte dias. Mas o que aconteceu com Aline? Apenas se beneficiou do fato de ter se vitimado das palavras de Eduardo. E daí que ela foi afastada de suas funções? Certamente apurou muito mais por conta da situação.

E quando informada do pedido formal de desculpas de Eduardo, sabem qual foi a reação dela? Perguntar: “Qual é o valor ($$$) disso?” Isso mesmo Aline, não há valor financeiro nenhum nisso. Há apenas o valor humano, moral e até divino porque assim é a capacidade de perdoar, algo que parece não lhe dizer respeito.

Saudações

*Os nomes dos personagens foram trocados para evitar que Aline tirasse dinheiro de mim também.