O dilema da lateral do Cruzeiro: o que será, que Ceará?


O dilema da lateral do Cruzeiro: o que será, que Ceará? - Foto: VipComm

Após a boa vitória sobre o Corinthians, que colocou o Cruzeiro provisoriamente na liderança do campeonato e empate frente ao Internacional, algumas coisas chamaram atenção negativamente. Além do rendimento abaixo do esperado de Everton Ribeiro e Diego Souza e a insistência de Marcelo Oliveira em Leandro Guerreiro, o que realmente tem tirado do sério é a fragilidade técnica e física daquele que deveria ser o lateral direito titular do time. Um jogador experiente e que teria como missão transmitir segurança aos jovens. Porém tem falhado bizarramente nessa empreitada.

Ceará chegou para ser solução na direita. Não consegue se firmar por não aguentar uma sequência de jogos. As lesões musculares são uma constante e o futebol apresentado nunca foi dos melhores. Analisando bem, temos um jogador que após rodar por clubes menores atingiu grande destaque no Internacional campeão mundial em 2006. Anular Ronaldinho – que na época ainda era jogador de futebol – foi uma credencial e tanto para sua transferência ao PSG, da França. Por lá permaneceu por cinco temporadas, de 2007 a 2012. Quando saiu, recebeu até homenagem da torcida e do clube pelos bons serviços prestados. Porém desde que chegou a Toca vem desfalcando sistematicamente o time azul, que sofreu muito na última temporada com sua tão frequente ausência.

Poderia se pensar que a falta de uma pré-temporada causaria esses problemas físicos recorrentes. Logo, a perspectiva para 2013 era boa, um atleta descansado e em condições não daria mais problema. Até porque Ceará é um dos poucos laterais brasileiros que não são meramente alas, é um jogador que tem consciência de apoio, recomposição e sabe sua função como inicialmente um homem de defesa. Porém a musculatura dos seus 32 anos não tem respondido a altura e uma contratação para o setor pode ser uma solução.

O garoto Mayke vem sendo bem utilizado pelo treinador para cobrir essa lacuna da camisa 2. Até o momento vem conseguindo manter uma regularidade e mesmo com uma série de atuações tímidas, não compromete. Mas enxergo claramente como um jovem de potencial que ainda está muito verde para assumir a responsabilidade no setor. E se por alguma infelicidade, o jovem lateral sucumbe em algum duelo decisivo da Copa do Brasil? Não será a primeira nem a última vez que isso ocorre com alguma promessa inexperiente. Particularmente, sou muito fã do lateral Maicon, atualmente no Manchester City. Apesar de parecer contraditório pedir a contratação de alguém que mal jogou no futebol inglês por questões físicas, a exigência da Premier League é desumana se comparada ao futebol daqui. E tenho certeza que Maicon seria um trator jogando por nossas terras. Com a camisa do Cruzeiro, clube que o projetou e que ele já se mostrou torcedor, a mistura tem tudo para ser explosiva. Mas quem não tem um jogador de seleção, aposta no menino. Melhor do que contratar atletas meia-boca como tanto fizemos nos sombrios tempos de Dimas Fonseca. Nos resta então, torcer. Por Mayke e contra os “reumatismos” de Ceará. Que a força esteja com nossos guerreiros.