O detalhe que muda o discurso (Cruzeiro 1 x 0 Botafogo – Campeonato Brasileiro 4ª rodada)


Salve, guerreiros!

Se já fui chamado de “franga” depois da última coluna em que afirmei olhar com desconfiança o time que tem comportamentos distintos nas diferentes competições (Tira bom/Tira mau), imagina depois da coluna de hoje como será? Não, amigos leitores, não irei falar bem do time celeste novamente. Mantenho minha desconfiança. O faço pelo simples motivo de não ser convencido por causa do gol de Dedé, um detalhe que costuma fazer a diferença para o torcedor cruzeirense na hora de avaliar seu time. Dedé, que merecidamente marcou seu primeiro gol após suas sucessivas lesões, não tem nada com a rabugice deste colunista. Parabéns ao Mito pelo seu retorno, sua volta por cima e pelo gol que fizeram o Cruzeiro somar seus três primeiros pontos neste certame. Entretanto, ainda penso que pelo elenco que tem, o Cruzeiro deveria estar apresentando muito mais. O “freio de mão puxado” me incomoda demais, e no dia e que o gol não vier, assim como aconteceu nas três primeiras rodadas (derrotas para Grêmio e Fluminense e empate contra o Internacional), vão chover as críticas que este que vos escreve insiste em não poupar.

O jogo

A Raposa de Mano Menezes joga de forma muito estranha. Por vocação e pelo elenco que tem, o Cruzeiro nunca deveria jogar para não perder em seus domínios. Em casa, o Cruzeiro tinha a obrigação de jogar em cima dos seus adversários. O resultado disso é um time que joga muito longe do gol oponente,  matando a esperança que temos de ver um Cruzeiro que parte para cima, intimida, e se possível, goleia os rivais. É verdade que o time estrelado teve mais posse de bola, mas, as chances mais claras de gol foram do Botafogo. Fábio teve bem mais trabalho que Jéferson, entretanto, a cabeçada salvadora de Dedé foi o que fez o goleiro alvinegro fazer o que Fabio não fez, buscar a bola no fundo do gol.

Primeiro tempo

Esta etapa da partida foi de muito equilíbrio. Apesar do Cruzeiro tem ficado mais tempo com a bola, foi o Botafogo que meteu uma bola no travessão de Fábio. As chances celestes foram quase que chutes de longa distância em sua totalidade. Salvo engano, apenas uma finalização de Romero dentro da área após bela escorada de De Arrascaeta.  As bolas alçadas também fizeram parte do cardápio do Cruzeiro, mas, em tentativas frustradas com finalizações muito longe da meta do alvinegro carioca, o alvinegro de verdade.

Segundo tempo

O segundo tempo foi mais interessante. Os times resolveram jogar mais em busca da vitória. Houve ali um momento de lá e cá, mas, o divisor de águas foi a entrada de Raniel, que deu mais mobilidade na frente do que o estático Sassá estava conseguindo. Apesar dos esforços dos dois times em busca do gol, ele veio mesmo na bola parada. Dedé subiu mais que toda zaga adversária para marcar o único gol do jogo e dar números finais ao marcador.

Além do gol, Dedé foi mais uma vez o destaque na defesa. Impressionante como ganha todas pelo alto. Ele fica com nosso Guerreiro de ouro de hoje. Mais uma vez, Bruno Silva parece entrar apenas para ficar com o Guerreiro de lata. Não ajuda em absolutamente nada. Quando será que veremos aquele Bruno do Botafogo? A partir do gol, o Botafogo saiu em busca do empate, e o Cruzeiro passou a jogar como o Mano gosta, seguro atras e explorando a velocidade do contra-ataque. Não posso me furtar também de dizer que o Cruzeiro precisa acertar esse tipo de jogada, matar o jogo quando tiver chance. A bola que resvalou na mão do Dedé no fim da partida, lance que gerou uma revolta acima do ponto do treinador Alberto Valentin, poderia, conforme a interpretação do árbitro, ter nos levado a perda de dois pontos. Ainda bem que o juiz não entendeu que a jogada era faltosa.

Enfim, quero deixar claro que longe de mim ser o pessimista de plantão. Apenas desejo ver meu Cruzeiro jogando como merece sua escola, afinal, não é à toa que nosso ataque já recebeu a alcunha de “rápido e rasteiro”. Quero um futebol que seja mortal para seus adversários, mas, isso é uma outra história para um outro por de sol.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 X 0 BOTAFOGO

Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data: 6 de maio de 2018, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Leandro Bizzio Marinho (SP)
Assistentes: Rogério Pablos Zanardo (SP) e Daniel Luis Marques (SP)

Gols: Dedé, aos 26 minutos do segundo tempo (Cruzeiro)
Cartões: Rodrigo Lindoso, Gilson (Botafogo)

CRUZEIRO: Fábio, Lucas Romero, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Thiago Neves (Robinho), Rafinha (Bruno Silva) e Arrascaeta; Sassá (Raniel).
Técnico: Mano Menezes

BOTAFOGO: Jéfferson, Marcinho, Joel Carli, Igor Rabello e Gilson; Rodrigo Lindoso (Kieza), Matheus Fernandes, Renatinho e Leo Valencia (João Pedro); Rodrigo Pimpão (Luiz Fernando) e Brenner
Técnico: Alberto Valentim

Importante folga essa semana. O time não folgava desde o confronto contra o Grêmio na primeira rodada. Tão fundamental, que Mano deu dois dias ao elenco que se reapresenta na quarta para treinamento em dois períodos. Próximo adversário será o Sport também no Mineirão. Novo triunfo nos colocará na briga pela parte de cima da tabela. A partida será em um horário que caiu no gosto do torcedor, às 11 da manhã. Até lá, China Azul!

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr