O clássico não termina quando acaba


Véspera de clássico é sempre a mesma coisa: imprensa faz campanha pedindo paz, correntes criadas por torcedores correm soltas nas redes sociais e jogadores, de ambos os times, aparecem como se fossem santos. Mas é só a bola rolar que o pau quebra. E o que acontece dentro do campo passa para a arquibancada, e aí meu amigo, controlar a massa é quase impossível. As pessoas passam a agir como animais, nada de racionalidade, e acham que estão certos, mesmo quando as atitudes mostram que não.

Já expus minha opinião várias vezes, mas é sempre bom falar, acho que a arbitragem no país é muito ruim, talvez se salvem dois ou três. Mas o que o Nielson fez no clássico foi abaixo do aceitável em termos erros dos sopradores de apito. Acho que dentre suas obrigações em campo a mais importante é manter a ordem, dentro e fora do gramado. A reação, errada da torcida, teve início com sua má conduta no exercício da função. No lance entre Bernard e Mateus ele deveria ter expulsado os dois atletas e teria sossego para conduzir bem seu trabalho até o fim do espetáculo.

Muito interessante ver o Bernard arrumando confusão com os atletas celestes. O pior é que nem tamanho o sujeito tem. Primeiro o Mateus, depois Leandro Guerreiro. Os caras que aparecem durante a semana com aquele discurso demagogo de paz no clássico são os mesmos que iniciam as confusões. E pedem paz aos torcedores? Não! Não acho que eles são os únicos responsáveis por incitar a violência praticada por bandidos que vão aos estádios. Mas, com suas atitudes dentro de campo, colocam fogo na pólvora carregada por ignóbeis que não entendem que futebol deveria ser apenas diversão, confraternização.

Além disso, não combina com a postura de um profissional trocar pontapés com um companheiro de profissão. Principalmente quando, após o jogo, alguns deles se reúnem nos melhores restaurantes da cidade para festejar a vida. O que deveriam fazer também os torcedores.

Lamentável as cenas vistas no domingo e o clube deve ser punido, com razão. Acredito que uma punição pesada venha por aí, levando o Cruzeiro a jogar, mais uma vez, longe de Belo Horizonte. Não acho justo dirigentes, comissão técnica, torcedores e jornalistas colocarem toda a responsabilidade de um resultado apenas sobre a arbitragem, afinal, todos erram, e quando o erro é dos atletas não vejo o arbitro xingar o atacante que desperdiçou a chance de marcar um gol, ou o técnico que mexeu errado no time.

Gostaria de saber qual vai ser a atitude do clube diante dos fatos ocorridos na Independência. Vai assumir a responsabilidade e exigir que os torcedores que jogaram objetos dentro de campo sejam banidos dos estádios ou vai se omitir e se fazer de vítima? O clássico foi no último domingo, mas não tem data para acabar. Vamos aguardar como o STJD vai tratar o caso e, principalmente, como o departamento jurídico do clube vai se posicionar para evitar um prejuízo maior. Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte

Lembrando que continua a campanha pelo jogo de despedida de Marcelo Ramos. Clique e assine a petição!