O câncer do futebol Mineiro


Salve nação celeste! Falar mal do rival as vésperas de um clássico pode ser interpretado como um apoio a violência que toma conta dos estádios. Cruzeiro e Atlético-MG fazem neste fim de semana o maior clássico do nosso estado e um dos jogos mais importantes do país.  No entanto, há algum tempo o Atlético-MG não consegue fazer frente ao Cruzeiro. Costumo dizer que o Atlético-MG até pode vencer o Cruzeiro em um jogo e ganhar um mata-mata do time celeste, mas DUVIDO que termine um campeonato de pontos corridos na frente do Cruzeiro. 

A distância administrativa dos dois clubes é enorme e o abismo que há entre os clubes não permite que o Atlético-MG faça uma campanha melhor que a do Cruzeiro em um campeonato longo. O Atlético de Madrid não fica na frente do Real Madrid no Espanhol, a Lazio raramente fica a frente da Roma no Italiano. Atlético de Madrid e Lazio uma vez ou outra beliscam uma copa nacional, mas não conseguem brigar pelo campeonato nacional. Um campeonato longo envolve planejamento, estrutura, trabalho e boas ideias, o que qualquer um que tenha bom senso percebe que em Minas só existe na Toca da Raposa.

Reforço o que eu disse com as campanhas de Cruzeiro e Atlético-MG no Brasileirão desde o início dos pontos corridos. Disputados 6 campeonatos, o Cruzeiro chegou na frente em TODOS eles. Em termos de objetivos, conseguiu um título, duas classificações para a Libertadores e três vezes na zona da Sul-americana. O Atlético-MG conseguiu três classificações para a sul-americana, uma vez na zona morta e um rebaixamento, além de não ter disputado uma edição por estar na Série B. Nenhuma rivalidade estadual apresenta tamanha disparidade desde a criação dos pontos corridos.

É inegável que o Atlético-MG precisa se reformular. Buscar captar recursos que estão faltando e trazer novas ideias, mas o clube faz, para nossa alegria e para ilusão da torcida, justamente o contrário. Não torço pela reconstrução do Atlético-MG, mas reconheço que esta pequenez do nosso rival aliada a arrogância dos seus comandantes atrapalha. E é por isso que considero Alexandre Kalil o câncer do nosso futebol.

Kalil disse no início do ano que o Atlético-MG só disputou o torneio Verão no Uruguai, pois era um acordo firmado por Ziza Valadares. Agora se recusa a estampar um patrocínio na camisa do Atlético-MG nas finais e joga no lixo quase um milhão de reais que seriam pagos pelos dois jogos. Até aí tudo bem, não fosse o fato de medidas como essa fazerem o Cruzeiro perder dinheiro.

O Torneio Verão foi lucrativo e divulgou nossa marca no exterior. O patrocínio nas finais praticamente um mês de salário, mas Kalil não percebe. O Atlético-MG não cria ações de marketing e para seu presidente presidir um clube é pressionar árbitros, federações, imprensa. Não a toa, o treinador do clube é Emerson Leão, tratado por toda imprensa nacional como mal caráter e ultrapassado, mas herói das abelhinhas e da imprensa mineira.

Enquanto o Atlético-MG se apequena, a torcida galinácea vibra com a liderança da primeira fase do Mineiro que o Cruzeiro disputou com time misto (e venceu o Atlético-MG poupando titulares) e acredita que Kalil é o Messias. Para mim, é evidente o mal que Kalil faz ao clube, pois seus discursos são vazios e suas ações não trazem nenhum benefício ao clube. O problema é que muitas vezes as medidas do Kalil repercutem e atrapalham o Cruzeiro e o restante do futebol mineiro (como quando Kalil questionou o caráter do campeonato). Pelo menos, no meio desse cenário, nossa diretoria trabalha e muitas vezes despreza o que vem do outro lado da lagoa afinal, na maioria das vezes, o que vem de lá é só falácia.

PS: Após a publicação do artigo ocorreu uma reunião do Ministério Público com as autoridades responsáveis pela segurança em torno da partida de domingo. Todas as autoridades convocadas compareceram, menos o Kalil. Isso é ser um bom e responsável dirigente?