O caminho do Cruzeiro


Fazer futebol não tem tantos segredos. Todo dia você vê um comentarista na TV, ou na internet, dando bons palpites sobre quais devem ser as ações dos dirigentes dos clubes de futebol. Investir na base, montar bons times, otimizar os gastos. Todo esse bla, bla, bla já conhecemos bem, mas também sabemos que poucos conseguem pôr boas ideias em prática fazendo tudo funcionar da melhor forma.

E, hoje, pergunto aos meus caros leitores: Qual o caminho ideal para o Cruzeiro?

Estamos entrando numa nova era do futebol brasileiro em que temos novos e moderníssimos estádios, cotas de patrocínio, TV, cada vez mais milionárias e um mercado de jogadores não tão atraente quanto antes. Perrela teria dificuldade em vender tanto, pois o número de propostas vindas da Europa caiu de forma absurda. Por outro lado, temos um mercado interno aquecido, o problema é ganhar dinheiro reforçando a concorrência. Definitivamente, isso não funciona.

Aquele velho esquema que nos deixou por anos como um dos times mais fortes do país não mais existe. É necessário novos caminhos. Vamos, então, a três passos básicos:

1 – O clube precisa otimizar seus gastos em todos os setores. Um verdadeiro choque de gestão já que nossa receita, certamente, estará abaixo de outros grandes, como Corinthians, São Paulo e etc.

2 – Acreditar firmemente na base e na identificação desses jogadores com o clube. E fazê-los craques e não deixá-los saírem a preço de banana. Tenho boas perspectivas em relação a Élber. Ele, assim como outros nomes, PRECISAM de oportunidades e ritmo de jogo. Diante disso, não faz sentido continuarmos com Souza, Wellington Paulista e Anselmo.

3 – Um sócio do futebol inteligente. O modelo divulgado há poucos dias não atende, de forma alguma, a expectativa do torcedor. É necessário modelos diferenciados de sócio, para que pessoas de todas as classes sociais sejam atendidas. Uma carga de 60 mil sócios, com preferência na aquisição de ingressos pela internet, pagando uma taxa de 30 reais por mês, já renderia ao clube R$ 1,8 milhão por mês/ R$ 21, 6 milhões por ano.  Isso é palpável. E, claro, também sou a favor de programas especiais para o público de alta renda. O que não pode acontecer é estádio vazio em jogos do Cruzeiro. 100, 150 e 200 são os valores em reais para se ter um lugar garantido no estádio. Se houve um estudo que comprova que a torcida irá aderir o programa, ótimo, o pobre da turma sou eu. Agora, senão, é uma tremenda burrice da diretoria, o que vai atrasar ainda mais a tão sonhada estabilidade financeira do clube.

Entretanto, por mais que Gilvan não seja a raposa encarnada como foi o Perrela, acredito em sua administração. Se ele conseguiu superávit num ano ridículo como esse, dá pra ter boas perspectivas. Nos bastidores, ouvimos falar muito sobre a sua honestidade. Já a integridade do último mandatário foi questionada, aos quatro cantos, por toda torcida e parte da imprensa.

Sobre recursos, dinheiro é importante sim. Mas assim como na vida ele não garante felicidade, no futebol ele não garante grandeza.

E, em 2013, se nossas jovens promessas emplacarem, especialmente Lucas Silva e Élber, teremos um bom time. Com Fábio, o melhor do Brasil no gol. O bom lateral-direito Ceará. Um novo nome de qualidade para a zaga mais um do atual elenco em melhores condições de jogo. Éverton, na esquerda, mantendo o bom futebol de 2012 tendo Egídio como sombra. Lucas Silva, Tinga mais recuado, Diego Souza e Montillo formando um bom meio-campo. Martinuccio e Borges no ataque. É um time competitivo, mas precisamos de mais!

Espero que venham boas novidades por aí.