Nós acreditamos, mas voltem a jogar futebol!!!


Nós acreditamos, mas voltem a jogar futebol!!! - Foto: AFP

A torcida do Cruzeiro vai apoiar, mas os atletas e a comissão técnica precisam dar uma resposta dentro de campo.

Sei que algumas pessoas, após ler esta minha coluna, vão querer me chamar de “corneta”. Isto é inevitável, afinal não sou o dono da verdade.

Além disto, sempre existem no mínimo dois tipos de torcedores – os que “apoiam incondicionalmente o time, sem se importar com os problemas em campo”, e os que “exigem resultados porque são profissionais pagos e treinados para isto”.

É fato que o Cruzeiro não está mostrando, dentro de campo, o mesmo desempenho que no ano passado. Também está na cara que o Marcelo Oliveira continua cometendo erros na hora de fazer substituições, e alguns atletas estão muito abaixo do esperado, especialmente o Egídio, mas dá para colocar nesta lista o Nílton, o Ricardo Goulart, o Éverton Ribeiro, o Dagoberto e o Marcelo Moreno.

Entretanto, na minha modesta opinião, considerando o atual momento do Cruzeiro, é necessário usar a “melhor parte” que existe em cada um destes dois tipos de torcedores.

É hora de ir ao Mineirão e incentivar? Sim, é claro que sim. O Cruzeiro precisa do apoio da torcida para empurrar este time rumo à classificação para o mata-mata da Libertadores 2014.

Principalmente porque os resultados desta semana foram complicados em termos de tabela. Fiz uma simulação dos próximos jogos, e o Cruzeiro precisa das duas vitórias em casa, contra Defensor e Real Garcilaso, e pelo menos um empate contra a Universidad de Chile, para se classificar.

Somente as duas vitórias em casa não resolvem. Isto porque o Cruzeiro pega o Defensor na próxima semana, mas a Universidad de Chile recebe em casa o Real Garcilaso, e provavelmente vai vencer. Com isto, faltando 2 rodadas, Universidad de Chile teria 9 pontos, Cruzeiro e Defensor teriam 6 pontos, mas precisamos vencer os uruguaios por 2×0 para desempatar no saldo de gols.

Na rodada seguinte, o Real Garcilaso recebe o Defensor. Estou projetando que os uruguaios devem vencer ou, pelo menos, empatar com o time mais fraco do grupo. Estes dois resultados obrigam o Cruzeiro a, no mínimo, empatar com a Universidad de Chile fora de casa.

É verdade que o Cruzeiro recebe o Real Garcilaso na última rodada, com chances de golear, mas o outro jogo é Defensor x Universidad de Chile. Existe a possibilidade de “jogo de compadres” com os dois times precisando apenas de um empate para a classific.

A matemática não ajuda, e a tabela também não. Um empate ou derrota do Cruzeiro diante do Defensor praticamente elimina o Cruzeiro da Libertadores, mesmo vencendo as duas últimas partidas, porque a nossa obrigação, neste momento, é tirar pontos dos uruguaios.

Por outro lado, não podemos apenas “incentivar e torcer”, simplesmente esquecendo os erros do time e da comissão técnica, além do mau futebol apresentado pela equipe considerada titular.

Não vou falar de “falhas individuais” para não ficar parecendo perseguição em cima de um ou outro nome específico. Por exemplo, não é para se reclamar do Fábio, que se posicionou mal na cobrança de falta do primeiro gol do Defensor.

Entretanto, não dá para “tampar o sol com a peneira” para algumas coisas. O Marcelo Oliveira, por exemplo, escalou o Nílton sem o ritmo de jogo ideal. O Rodrigo Souza não é um ruim, mas sem o Lucas Silva o Cruzeiro perdeu a “virada de jogo” de um lado para ao outro, e centralizou demais a saída de bola da defesa para o ataque.

Além destes, tem a turma que esqueceu o futebol durante as férias de final de ano. O Dagoberto não deve ser cobrado apenas pelo pênalti perdido, mas porque não está jogando com regularidade – e olha que ele não está lesionado. O Ricardo Goulart, apesar dos três gols contra a La U, não está mais com aquele futebol simples e objetivo.

O Éverton Ribeiro, neste ano, praticamente só fez aquele drible parecido com o Kerlon, também contra os chilenos, no resto é apenas “toquinho de lado”, jogando sem vontade. E o Marcelo Moreno, que veio para ser uma opção no ataque, está parecendo um Wellington Paulista, só que mais calmo – alguns gols, mas no resto do jogo aquele cone, a bola bate e fica para a defesa adversária.

A torcida vai apoiar e vai incentivar em campo. Jogadores e comissão técnica, estejam certos disto, mas não pensem que estamos cegos, ou que vamos continuar vivendo apenas das lembranças do Campeonato Brasileiro de 2013.

Obrigado pelo título do ano passado, mas futebol é momento e atualmente a nossa meta é a Libertadores 2014.

Façam a sua parte dentro de campo, antes de pedir a nossa ajuda fora dele.

Abraços a todos.