No meio do caminho, existe um Campinense


É sabido e lamentado até agora o vexame que o Cruzeiro sofreu no último sábado, perdendo para o América-MG por 2 a 0 no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Mineiro. O placar nos obriga a vencer no próximo domingo por dois gols de diferença para alcançar a decisão do estadual. E no meio do caminho existe um adversário pouco tradicional, no âmbito nacional, mas que vem realizando uma temporada exemplar em sua região e que pode nos trazer complicações na Copa do Brasil. Trata-se do Campinense, da Paraíba, que bateu o Sport no último fim de semana e qualificou-se para a final da Copa do Nordeste.

Significa então que o Cruzeiro deve temer o Campinense? Não necessariamente, mas é importante estar preparado para encarar um adversário duro, que vem em bom momento. Nos 21 jogos disputados pelos paraibanos na temporada, ostentam 13 vitórias, 6 empates e 2 derrotas. Marcaram 37 gols e sofreram apenas 9. O ótimo desempenho defensivo se deve muito ao experiente goleiro Gledson, ex-Portuguesa. Outras armas a ter em conta na equipe são o volante Magno e suas fortes cobranças de falta, o meia Roger Gaúcho e os atacantes Adalgiso Pitbull (que tem um baita nome) e o artilheiro Rodrigão, autor de 9 gols em 11 atuações. Rodrigão defendia o Democrata-GV no ano passado e, inclusive, marcou um gol contra o Cruzeiro na estreia do Mineiro 2015.

Espero de verdade não ver Deivid e jogadores propagando esparrelas de falta de tempo para treinamentos e/ou desgaste físico do time quando terá três jogos na semana. A verdade é que haverá prazo hábil para a recuperação de todos e não há necessidade de poupar atletas. Qualquer coisa diferente de um bom resultado no nordeste na quarta e de uma classificação no domingo será sim um vexame e motivo mais do que suficiente para repensar a continuidade do nosso projeto de treinador. Afinal, todas as vezes que esse time foi exposto a uma mínima dificuldade, sucumbiu. Foi assim para o Fluminense, na Primeira Liga, e para o América, no Mineiro.

Portanto, é bom que todos estejam muito cientes antes mesmo do início dos embates decisivos: não podemos aceitar mais essas desculpas. Os jogadores estão a disposição e o elenco não é ruim. Se ainda possui carências, é suficiente para sobrar nesse mar de mediocridade que enfrentamos no primeiro semestre. Sei que precisamos nos ater ao trabalho que é realizado além da pura e fria análise de resultado. A questão é que o trabalho não convence, porque quando começa a mostrar alguma evolução, rapidamente nos dá motivos de sobra para desconfiar com uma atuação patética. Estamos cansados de ser enganados. Guardem as muletas: é hora de começar a jogar bola.