No caminho certo, mas temos que abrir o olho


O Cruzeiro aumentou a sua vantagem no confronto com o Once Caldas rumo à próxima fase da Libertadores, mas o time ainda tem muito o que fazer para conquistar os títulos que a torcida quer ver.

Foto: AFPDo ponto de vista tático – e sem criticar Cuca, é apenas uma observação – achei um pouco estranha a atuação do Cruzeiro ontem no primeiro tempo. Com a ausência de Pablo, Cuca manteve Marquinhos Paraná no meio, e colocou Leandro Guerreiro de terceiro zagueiro, às vezes apoiando o ataque.

Com isso ficamos sem jogada na direita – Leandro Guerreiro era lento e cruzava mal, e Wallyson recuava demais para fazer o setor. Além disso, Roger simplesmente não entrou em campo.

Fiquei com a impressão de que alguns jogadores viram o (baixo) nível do futebol do Once Caldas e não se esforçaram 100% dentro de campo. Não fosse a grande atuação de Fábio e a segurança de Victorino na zaga, a vaca estaria no brejo.

No segundo tempo, Cuca consertou o time – Gilberto, que estava bem, foi para o meio, com Everton na lateral. Os próprios jogadores passaram a se dedicar um pouco mais. E após a excelente entrada de Ortigoza, o jogo mudou. Belo cruzamento no gol de Wallyson, e um chute colocado para marcar o segundo, após jogada magistral de Montillo.

Sobre a atuação de Brandão, se não foi sensacional, ele pelo menos fez o papel de pivô sem cai-cai, sem brigar com o adversário, sem xingar o juiz, sem chutar a bola de canela e sem abrir os braços para reclamar. Ou seja, já foi bem melhor que Wellington Paulista.

O golzinho dos colombianos no final deu uma pequena “ducha de água fria”, mas na Arena do Jacaré, semana que vem, o Cruzeiro tem enormes chances de carimbar a vaga para a próxima fase, onde poderemos pegar Santos ou América-MEX.

E é exatamente por isso que o Cruzeiro deveria poupar os principais jogadores no domingo, contra o América-TO: para entrar mais descansado neste momento decisivo do ano.

Para o elenco do Cruzeiro, apesar de qualificado, bastou jogar sem Pablo e Thiago Ribeiro para se sentir uma diferença no time. Não dá para bobear logo agora, tem que saber dosar as energias dos atletas. Se o Cruzeiro chegar às finais da Libertadores – o que todos nós esperamos – serão 17 partidas em 60 dias, contando a de ontem. Uma verdadeira maratona.

Abraços a todos.

Nota final: minha última coluna rendeu muitos comentários, para o bem e para o mal. Alguns entenderam direitinho o que eu quis dizer – a manipulação de dados estatísticos quando se fala do Cruzeiro, enquanto outros dados estatísticos são “esquecidos”, quando se fala de outros times. Eu apenas citei informações que qualquer pessoa do futebol sabe que são verdades. Infelizmente, algumas pessoas resolvem partir para a ignorância, achando que isso resolve alguma coisa. É por causa de pessoas como estas que, por exemplo, não se pode consumir bebida alcoólica no estádio de futebol. Ainda me lembro dos (bons tempos) em que eu entrava no Mineirão duas horas antes do jogo, não pegava fila, comprava cerveja e tropeiro, e ficava de boa. Hoje, por causa da ignorância de algumas pessoas, para beber cerveja tem que ser escondido, e a fila para entrar é enorme. Se todos resolvessem os problemas de forma racional, seria melhor, mas infelizmente “os justos pagam pelos pecadores”.

[Vídeo] Veja os gols e os melhores momentos da partida