(…) “não precisa ser de placa, eu quero ver gol” (Joinville 0 x 0 Cruzeiro – Copa da Primeira Liga 1ª fase)


Salve, guerreiros

“Bota o pé na forma, menino!” Frase muito comum de escutar nas peladas nesse “Brasilzão” afora. Normalmente, tal sentença acompanha um erro bizarro de finalização naqueles lances que trazem consigo outra frase de efeito irônica: “Até minha vó fazia!” Posso afirmar sem nenhuma sombra de dúvida que em qualquer canto do Brasil onde havia um cruzeirense em frente a uma televisão, alguma dessas orações foi dita. Não podemos criticar a criação do time. Foram inúmeras chances criadas, e desperdiçadas. Posso afirmar que as oportunidades de gol ontem foram muito mais claras que as do último domingo contra a Tombense. Posso também entender por que o tão clamado “rodízio” pedido pela torcida, é sonoramente evitado por Mano Menezes, inclusive, já faço aqui o “mea culpa”. Vamos deixar o homem trabalhar.

O jogo

Contra o sub 20 do Joinville, esperávamos que mesmo atuando com os reservas, o Cruzeiro conseguisse a vitória sem dificuldades e consequentemente o primeiro lugar geral na liga. Isso lhe daria vantagens nas fases posteriores. A reestreia de Dedé com a camisa do Cruzeiro acabou sendo o ponto alto da noite. Bem-vindo de volta aos gramados, Mito! Vimos ontem quase um ataque contra defesa. Os jogadores que não têm tido tanta utilização por Mano, tiveram boa oportunidade de mostrar serviço ontem, e esmeraram-se para isso. Um detalhe fez a diferença entre todas as críticas que serão publicadas a respeito do Cruzeiro de ontem, e os possíveis elogios em caso de vitória: O gol.

Primeiro tempo

Um fato que chama minha atenção: os que pensam que o time está mal treinado, enganam-se (a não ser nas finalizações). O time completamente modificado nessa noite de terça, apresentou o mesmo padrão da equipe considerada titular. Pressionaram o adversário desde o  início em busca do momento alegria máxima do futebol. Lucas França, atuando no lugar de Rafael, não foi incomodado em momento algum. Hudson que levou pancada logo no início do jogo, não quis perder a oportunidade e jogou toda etapa no “sacrifício”. Os olhos de todos, entretanto, estavam sobre o zagueiro camisa 26. Foi uma reestreia segura, sem grandes riscos, e mais uma vez, só faltou ao Mito deixar seu gol.

Segundo tempo

Na segunda etapa, o Cruzeiro segue pressionando, segue criando, mas segue também perdendo muitas chances de abrir o placar. O time catarinense se limita a defender, e salvo engano, chutou apenas vez contra à meta de Lucas França. A sequencia de gols perdida foi inacreditável. Élber, Raniel, Alex, Marcus Vinícius e Fabrício deixaram de marcar gols dignos do “Inacreditável futebol Clube”, esbarrando tanto na má pontaria, quanto nas defesas de Ferreira. Falando nele, o goleiro do Joinville é cria da base celeste, atuou aqui dos doze aos vinte anos.

Guerreiro de lata, mais uma vez fica com Élber. Penso que temos um novo Allano aqui, um Allélber. Vai entrando para a categoria dos tri-atletas: corre, pedala e… nada. Guerreiro do ouro estava muito difícil. A dúvida estava entre Lucas Silva e Rafinha. Lucas organizou o meio campo celeste, distribuiu bolas, inversões e lançamentos de dar gosto, entretanto, Rafinha poderia ter se consagrado como o homem assistência se ao menos metade dos gols perdidos tivessem sido marcados ontem. As “quase” assistências dão a Rafinha leve vantagem em relação a Lucas e o camisa 70 fica coma  honraria de hoje.

FICHA TÉCNICA
JOINVILLE 0 x 0 CRUZEIRO

Local: Arena Joinville, Joinville (SC)
Data-hora: 21/3/2017 às 19h (de Brasília)
Árbitro: Adriano Mitczviski (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Ivan Carlos Bohn (PR)

Cartões amarelos: Ferreira e Gustavo Xuxa (JEC); Dedé e Lucas Romero (CRU)

JOINVILLE: Ferreira; Lucas Sum (Jeferson – 39’2ºT), Igor Candiota, Coltro e Madson (Daniel Soares – 23’2ºT); Formiga, Eduardo Person e Renan Torquato; Gustavo Xuxa, Derick (Victor Hugo – 7’2ºT) e Janderson. Técnico: Julian Tobar

CRUZEIRO: Lucas França; Mayke, Dedé, Murilo e Fabrício; Hudson e Lucas Romero (Bryan – 29’ºT); Élber, Lucas Silva (Marcos Vinícius – 4’2ºT) e Rafinha; Raniel (Alex – 15’2ºT). Técnico: Mano Menezes

Como dizia a canção do Rappa: “Eu quero ver gol! Não precisa ser de placa, eu quero ver gol! Espero que na segunda (coisas do maluco calendário brasileiro), contra o Uberlândia e possivelmente com o retorno dos titulares, o grito sufocado de ontem, possa sair (Há 17 partidas o Cruzeiro não ficava no zero). Até lá, China Azul.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr