Não é momento de empolgar


Salve, Guerreiros! O Cruzeiro entrou em campo ontem, contra o Flamengo, na tentativa de manter a sequência de resultados positivos. Infelizmente, a boa atuação da partida contra o Figueirense não se repetiu, e o Cruzeiro acabou derrotado pelo placar de 2×0. Mesmo possuindo o domínio territorial da partida, faltou um pouco mais de poder de criação e de conclusão à equipe celeste. A verdade é que esta derrota nos dá aquele duro, porém necessário, choque de realidade: o nosso objetivo é nos manter na Série A.

Apostando na mesma formação que foi muito bem no domingo, o técnico Mano Menezes demonstrou toda a sua coerência. O Cruzeiro conseguiu manter um belo volume de jogo, mantendo o Flamengo, durante quase toda a primeira etapa, longe da sua meta. Tivemos chances de abrir o placar; na mais clara, Paulo Victor defendeu, à queima roupa, uma cabeçada de Paulo André. No mais, faltou um pouco de qualidade no passe final. No último lance, um vacilo: Willians não acompanhou Alan Patrick que, sozinho, marcou o primeiro para o adversário.

No segundo tempo, Mano logo apostou na entrada de Marcos Vinícius, o que não deu muito certo. Enquanto Ariel Cabral é um jogador mais cadenciador, de distribuição de jogo, o jovem meia celeste tenta conduzir mais a bola, mas de forma muito displicente. Perdemos o controle do meio campo, e as entradas de Marquinhos e Arrascaeta pouco fizeram efeito. Por volta da metade da etapa final, em um chute de raríssima felicidade, Luiz Antônio fechou o placar para o Flamengo.

Por mais que o segundo tempo tenha sido fraco, a equipe celeste dá claros sinais de melhora se compararmos ao que era visto sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Todavia, mesmo com a melhora, ainda faltam peças capazes de aumentar o poder de criação e finalização. Ter posse de bola é importante, mas é igualmente importante saber o que fazer com ela; em alguns momentos, faltou objetividade, capricho e um pouco mais de qualidade, principalmente a partir da intermediária ofensiva.

Na defesa, por mais que este colunista não goste de admitir, Paulo André não comprometeu. Pará se mostra uma boa opção na parte ofensiva, mas não consegue manter a mesma segurança defensivamente. No meio campo, Henrique alternou entre um bom primeiro tempo, e uma fraca etapa final, e Willians foi diretamente responsável pelo primeiro gol do Flamengo. Cabral soube distribuir bem o jogo, mostra muita segurança nos passes e tem boa presença física; um destaque inesperado. Allano e Willian não conseguiram repetir as boas atuações, e Vinícius Araújo ficou devendo mais uma vez.

Mais importante que as atuações, a partida de ontem define qual é o real objetivo do Cruzeiro no campeonato. As duas vitórias seguidas foram um alento para alguns, mas uma ponta de esperança de um objetivo maior para outros. Todavia, não podemos nos enganar: a meta é escapar do rebaixamento. O quanto antes, melhor. Temos de ter os pés no chão neste momento. Não é hora de pensarmos em adversários diretos, em briga por posições, em vaga em outras competições. A hora é de lutar em cada partida pelos três pontos, fazendo uma nova decisão a cada rodada.

Podemos, tranquilamente, sair dessa situação desconfortável. Mas temos que aceitar: a temporada já está perdida, por diversos fatores e escolhas. O intuito do trabalho de Mano Menezes é, a princípio, salvar o ano de 2016.

Com calma. Sem empolgar.

Por: Pedro Henrique Paraíso