Mistão cruzeirense joga mal, mas vira sobre um cansado Uberaba


É bem verdade que a partida entre Cruzeiro e Uberaba valia pouco para a Raposa, especialmente porque a expectativa do jogo de compadres em Juiz de Fora se cumpriu, mas o que se viu do time celeste durante a maior parte da partida contra o lanterna do Campeonato Mineiro foi de assustar.

O time misto do Cruzeiro fez uma partida apática em Nova Serrana e o quarteto ofensivo Roger, Élber, Bobô e Wellington Paulista não funcionou contra a segunda pior defesa do torneio e a linha defensiva bateu cabeça de forma recorrente na primeira etapa. Foi justamente em um momento que a defesa cruzeirense parou que o atacante Araújo, aos 15 minutos, aproveitou livre o rebote após uma excelente defesa de Fábio e abriu o placar na Arena do Calçado.

Nem mesmo o fato de ter saído atrás no placar foi suficiente para o Cruzeiro reagir e a primeira etapa seguiu sem que o time cinco estrelas ameaçasse o gol da equipe do Triângulo. Desentrosada, a Raposa praticamente viu o tempo passar e foi para o vestiário debaixo de vaias.

Na volta do intervalo o técnico Vagner Mancini disse em entrevista que o time teria que mudar sua postura, mas preferiu não mexer na equipe. É fato que o Cruzeiro realmente voltou melhor, mas o castigo por ter apostado na equipe do primeiro tempo veio aos 11 minutos quando Marcos, que novamente atuou mal, marcou um gol contra de forma bizarra após cruzamento de Éder.

[Vídeo] Os gols e os melhores momentos de Cruzeiro 3 x 2 Uberaba 11ª rodada do Mineiro 2012

Com a desvantagem no marcador, Mancini não teve outra opção a não ser mexer na equipe e as entradas de Fábio Lopes e, principalmente, Wallyson nos lugares de Marcos e Bobô recolocaram o Cruzeiro no jogo. Foi de Wallyson, aliás, a jogada para o gol de Wellington Paulista aos 22 minutos que colocaram fogo de vez na partida em Nova Serrana.

Com mais velocidade em campo, o time celeste atacava, mas também dava mais espaços. O Uberaba, que precisava vencer para tentar seguir no Módulo I, tentava jogar no contra-ataque, porém pecava nas conclusões e mostrava cada vez mais cansaço pela correria do primeiro tempo.

Percebendo o desgaste do rival, Mancini lançou Gílson no lugar de Roger para conter os possíveis contra-ataques e soltou o garoto Élber para a correria. A aposta deu certo e aos 37 minutos o volante Gabriel foi expulso após fazer falta no jovem armador cruzeirense.

Com um a mais em campo, o Cruzeiro teve inteligência para aproveitar os espaços e alcançar a virada com gols de Victorino aos 40 minutos e novamente de Wellington Paulista aos 46. Os bons 15 minutos finais, entretanto, não apagam  a má atuação da equipe cruzeirense no resto do jogo e a má participação de alguns atletas que normalmente não tem muitas chances, como foi o caso do atacante Bobô, mostrou que o elenco da Raposa ainda precisa se reforçar.

Foto: ALYSSON GONTIJO/OTEMPO