Maxwell: contratação que consertaria a história (e o time)


Um dos nomes especulados como possível reforço do Cruzeiro para 2016 é o lateral Maxwell, atualmente no PSG, da França. O defensor, já em fim de carreira, tem seu contrato com o clube parisiense se encerrando agora no mês de junho e pode assinar por qualquer clube, apesar de ainda ser possível acontecer uma renovação de seu vínculo por lá (possibilidade que cresceu nos últimos dias). O que alguns não sabem, é que Maxwell é cria da base do Cruzeiro. Entretanto, jamais realizou sequer um jogo com a camisa celeste, sendo negociado com o Ajax quando ainda tinha apenas 17 anos e integrava os juniores do clube da Toca. Seu retorno seria uma oportunidade de escrever um capítulo inconcluso na relação entre clube e jogador.

Sejamos realistas: a carreira de Maxwell é espetacular. Contratado muito novo para o maior clube da Holanda, assumiu a titularidade imediatamente e passou quatro temporadas em Amsterdã, atraindo o interesse da Internazionale de Milão. Entretanto, problemas com o passaporte o impediram de jogar imediatamente nos Nerazzurri, sendo emprestado ao Empoli, durante 2005/06, para sua liberação (segundo as regras, a Inter não podia mais contratar jogadores sem passaporte comunitário de fora da Itália, mas poderia fazê-lo caso um atleta já vivesse no país). O lateral acabou ficando um ano sem jogar, devido aos problemas na burocracia, não entrou em campo sequer uma vez pelo Empoli, e sepultou qualquer chance de disputar a Copa do Mundo.

No meio de 2006, finalmente pôde estrear pela Inter, e por lá fez três excelentes temporadas. Seguiu seu caminho para o Barcelona, onde também foi muito feliz, conquistando diversos títulos e jogando dois anos e meio. Com a afirmação de Alba, no início de 2012, foi para o novo-rico Paris Saint-Germain, onde já está há quatro anos e meio. No total, Maxwell contabiliza mais de 30 títulos conquistados em solo europeu, por Ajax, Inter, Barcelona e PSG, incluindo (no mínimo) dois títulos nacionais por cada clube e uma Champions League, pelo Barça. Ah, e vale o registro: um dos melhores amigos do jogador é o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, e, inclusive, foram companheiros de clube em todas as quatro agremiações que o lateral defendeu. Estamos precisando de um 9. É só uma piada (infelizmente).

A história de Maxwell é importante para consertar um aspecto em que o Cruzeiro falha muito. Não tem um jogador experiente que chame a responsabilidade. E olhar que não é por falta de opções, são diversos atletas que já ultrapassaram a casa dos 30 anos no elenco, mas cadê a postura de liderança? Com todo respeito, Fábio não é esse jogador. Henrique, Willian, Bruno Rodrigo… são os primeiros a se esconder nos momentos de maior cobrança e dificuldade em campo. Dedé convive muito com problemas físicos e mesmo que mostre vontade, não consegue estar em campo para ser essa referência. Restam os garotos, desamparados.

Portanto, por um momento, me sinto na obrigação de eximir de culpa treinador e diretoria. O plantel é bem equilibrado no que diz respeito a juventude e experiência. O grande problema é que os jogadores que deveriam passar tranquilidade, vivem crises de pânico a cada investida adversária. Maxwell poderia ser uma liderança técnica e um nome acostumado a jogar em alto nível, ao contrário das nossas moscas mortas. Além de resolver o problema da lateral, para nos livrar de Fabrício, Sanchez Miño e outras pragas, seria sua estreia no clube de formação. Mesmo que seja difícil, valeria o esforço. Até para não depositar demasiada expectativa sobre o recém-contratado Bryan. Se existe um nome que merece ousadia no mercado, está posto. Que reforcemos agora, antes que seja tarde demais.

Por: Emerson Araujo