Libertadores é raça, nós queremos a taça


Você com certeza já ouviu o trecho-título desse texto, cantado em uma das nossas músicas no Mineirão lotado em jogo de Libertadores. E de fato, essa é a obsessão cruzeirense para 2015. Conquistarmos novamente a maior competição da América. Vejo que o time atual está maduro, pronto e quase feito para ganhar o torneio. Mas falta um pequeno detalhe, algo que não vemos no time atual. Um líder da raça.

Queria eu que Sorín ainda jogasse, era ele esse nome. A necessidade hoje é de um jogador que não tenha medo de gritar, orientar, dar porrada, se sacrificar pelo time. Nós não temos isso. Fábio é um líder religioso, não tem o perfil necessário para essa empreitada continental e mostrou várias vezes isso, se omitindo em momentos decisivos. Não irei me estender nesse aspecto, mas outros jogadores importantes como Dedé, Júlio Baptista, Ceará e Bruno Rodrigo também não mostraram credenciais para serem esse cara. Seja por instabilidades emocionais, por estarem sucumbindo à idade ou por não terem a “loucura” necessária de se arriscar pelo time, correndo o risco de ser o herói, caso venha o triunfo, ou o vilão, se tudo der errado.

A respeito do elenco, perdemos o lateral Egídio, competente no apoio, dono de incríveis lapsos na marcação e na saída de bola. A última impressão deixada pelo lateral esquerdo é excelente, de um jogador realmente muito valoroso. Mas ele cometeu falhas imperdoáveis para tantos outros atletas, mas, incrivelmente, somos um pouco mais perdulários a ele. Representou muito bem nossa camisa, com suas qualidades e defeitos, e agora saiu porque quis fazer sua independência financeira. Direito dele. Nílton e Dagoberto são as outras baixas e não vejo motivos para choro. Dagoberto iria enganar mais um ano e Nílton, que fez um exuberante 2013, foi um rascunho em 2014. Especialmente na Libertadores. Péssimos.

Sobre o jogador raçudo que tanto precisamos, eu indicaria o nome de Álvaro Pereira como a solução. Joga numa posição em que precisamos de reforço, não tem o futuro garantido no São Paulo e tem o perfil desejado que tanto sentimos falta: lateral que sabe marcar, coisa rara. Fosse eu o ocupante do atual cargo-vago de diretor de futebol, nesse uruguaio concentraria os esforços. Resta a possibilidade de que Seymour seja esse líder, mas ainda precisamos vê-lo em campo para apontar algo. É ainda uma aposta, um grandíssimo tiro no escuro.

Perdemos Marcelo Moreno, trouxemos Leandro Damião. Temos uma perda de identidade mas um possível ganho técnico, caso Damião mostre aquele futebol do início no Inter. O Cruzeiro é um time de certezas que se deu ao luxo de fazer apostas em setores chave, o que considero louvável para Marcelo Oliveira, ainda que seja um risco calculado. Ele confia realmente na competência de seu trabalho, seu staff e seu grupo de jogadores para realizar o 2015 dos sonhos de todos os torcedores cruzeirenses. E na capacidade do melhor treinador do Brasil, confio plenamente. Convido a todos que façam o mesmo.

Por: Emerson Araujo