Jogo treino (Cruzeiro 2 x 0 Vitória-BA)


Jogo treino, treinamento de luxo, ataque contra defesa? São estes os slogans citados por torcedores que acompanhavam o jogo ao meu lado, vendo um Vitória recuado ou acuado como soar melhor e o Cruzeiro fazendo para mim uma de suas melhores partidas taticamente falando e um posicionamento soberbo.

O Vitória foi escalado num 4-5-1 lendo a escalação minutos antes de começar, apenas um atacante, com o propósito de congestionar o meio e sair rápido, com os meias encostando no ataque, mas o que se viu lá dentro das quatro linhas era um 4-4-1-1, com duas linhas de quatro, uma na defesa e outra no meio e ficando o Ramon à frente da linha no meio, encarregado de escostar e/ou municiar o Neto Baiano que era o único atacante no time da boa terra.

O Cruzeiro entrou com seu esquema característico, dois na frente, quatro no meio e quatro atrás com muita movimentação do meio pra frente, por isto não dá pra falar em formação, já o Adilson sempre gosta de mencionar o 4-3-1-2 como seu esquema, porém neste jogo só pra exemplificar, o Athirson que entrou com a função se ser o quarto do meio, sem a bola caia na esquerda como um falso ponta (vide segundo gol) e sem a bola fechava marcando, batendo o lateral deles com o Magrão, sendo que como o time deles raramente saia com os laterais, o Magrão tinha liberdade para chegar até a intermediária onde então encontrava a linha de quatro no meio que era envolvida com toques rápidos tendo a lentidão do meia Carlos Alberto (São Paulo, Botafogo, etc…) que já não consegue acompanhar a correria do futebol de hoje.

Por outro lado tínhamos o Ramirez que com sua movimentação não podemos colocá-lo como volante, meia ou atacante, só sabemos que ele joga ali do meio pra frente, então falar em 4-3-1-2 no cruzeiro é as vezes subjetivo. No lado direito tínhamos o Jonathan e o Thiago Ribeiro envolvendo facilmente o lateral do vitória no 2-1, tanto que o mesmo saiu no intervalo reclamando que não tinha ajuda; e com o Cruzeiro avassalador pelos lados, o atacante Kleber teve mais liberdade pelo meio, pois o vitória tinha que abrir a marcação descongestionando assim a cabeça da área de onde o “Gladiagol Azul” penetrou para marcar os dois tentos Celestes.

No segundo tempo o Carpegiani adiantou seu time colocando mais um atacante (Adriano) e um meia ofensivo (Willian), já queRamon estava ilhado em meio aos volantes azuis e não tinha movimentação. Por sua vez o Adison para evitar desgaste com a correria que o time baiano queria aprontar, tratou logo de sacarAthirson que aindanecessita de um preparo melhor, e colocou nosso especialista em cobertura dos laterais, o volante MarquinhosParaná, compactando mais o meio, e adiantandoRamirez para puxar os contra-ataques já que agora tinha mais espaços lá na frente.

Nosso time criou várias chances para ampliar mas o Viáfara fechou o gol em noite de gala eFábio quase não pegou na bola. Mas o melhor foi ver que não houve desgaste desnecessário dos atletas em via de uma decisão no meio da semana; foi um jogo de se tirar lições e quais são elas?Ramirez pode jogar sim de camisa 10, mas não podemos querer que ele seja armador, pensador de jogadas, para que ele faça o quarto do meio chegando no ataque, ele não pode jogar de costas, tem que ter espaços, seu forte é o arranque e a movimentação em direção ao gol, resumindo, este posicionamento rende muito quando estamos jogando com times que deixam espaços, contra times fechados não dá certo, aí ele tem que vir de trás como terceiro volante com um quarto homem no meio para municiá-lo e/ou abrir espaços.

Ponto forte do combate

Disse no início que foi uma das melhores partidas no campo tático, e foi mesmo porque nossos laterais perderam a inibição e foram a frente, pois o cruzeiro jogando com um meio as vezes com atéquatro homens de marcação, nossos laterais tem que se adiantar e dar opção, e foi isto que fizeram como nunca em outros jogos, eu estava cobrando isto há tempos!

Ponto fraco do combate

ComoHenrique eFabrício estão errando passes em direção ao gol, o primeiro me lembraAdemir (para os mais antigos), toma a bola mas as vezes rifa na mesma hora; masFabrício não tinha este defeito, eu o tenho como o volante de melhor passe no time mas precisa calibrar mais. EThiago Ribeiro tinha uma arracanda melhor, ainda se recente de um melhor ritmo de jogo.

Um abraço a todos, e fiquem com Deus!

Gener Valvão, 34 anos, morador de Contagem, trabalha na área da construção civil diretamente com contrutoras. Desportista nato, acompanho esportes pelo mundo todo (graças a ESPN e Sportv), cruzeirense enraizado na família toda azul, contarrâneo dos Perrelas por parte de pai (São Gonçalo do Pará) e contarrâneo do vice Gilvan de Pinho Tavares por parte de mãe (Sabinópolis). Como foi quase jogador profissional, gosta muito e tem o tino de analizar e observar o jogo taticamente e estrategicamente falando, esquemas, posicionamentos, etc…sendo principalmente muito exigente comos pseudo- jogadores hoje em dia.