Hora do Campeão voltar


Hora do Campeão voltar

O cântico é famoso, e já foi cantado por muitas torcidas. Não que todos os times merecessem mas é aquele período de tempo em que você se lembra dos grandes times do passado e pensa: “ Também estou vendo um grande time jogar.”

“ O campeão voltou.”

Seria esse o espírito que o time deve entrar na quinta-feira na decisão contra a La U? Na minha opinião não e vou explicar melhor o por que.          

O Cruzeiro de 2013 era um time compacto. Marcava forte a saída de bola do adversário, acelerava no contra-ataque e trocava passes com maestria. Não era time de chutão nem de fazer gol no tromba-tromba. Era um time dedicado a vencer cada partida, ganhar sem pensar em tabela e foi assim até a conquista. Venceu e venceu bem todas as decisões que teve no Brasileirão.

Foi campeão com o pé nas costas. Único time a vencer todos os adversários na história dos pontos corridos. O Cruzeiro de 2013 atropelou os times mais fortes do pais.

Tenho escutado muito dos torcedores e cronistas esportivos que o time precisa ser mudado em posição X ou Y para voltar ao caminho das vitórias.

Outra vez vou ser o do contra.

Tirando as posições de centro-avante e a do Nilton que ainda parece fora de forma ( e apenas por isso ) eu manteria o mesmo time campeão do ano passado.         

O time mostra vontade e até algum sangue nas veias. Exemplo disso, foi a expulsão do próprio Nilton contra o Defensor no empate por 2×2. A fim de proteger Dagoberto que estava no chão, o time todo chegou para cobri-lo. Empurrões trocados e um time que se impôs, mostrou que ali era nossa casa. E para afirmar mais ainda, Everton Ribeiro, que vinha sendo questionado pelas fracas atuações, bate com raiva na bola e marco um belo gol para explodir o Mineirão. O time tem brio sim.

Mas então o que mudou? O que falta para esse time voltar a ser o que era?

Cada temporada é diferente. O jogador tem novos objetivos e metas pessoais. Quem precisa nortear sua tropa é o comandante.

Até a Copa do Brasil, o time do Cruzeiro já era considerado por muitos o melhor do pais. Apequenou-se quando se agigantou. Não estou falando do tamanho do clube, mas do tamanho do ego. Jogador bom é jogador simples. Mais é menos.

2013 terminou e o time mais uma vez se agigantou. Esqueceu o simples.

A marcação por pressão, o toque de bola rápido e sem firula, o contra-ataque matador aparece apenas em flashs.

As grandes jogadas de 2013 nasceram de momentos simples ou em um ponto de equilíbrio em que o time sabia o que fazer para vencer. Colocava a bola no chão e pronto. Se você atinge um nível X sempre vai querer ir além, o problema é quando você ainda não se encontrou e quer fazer algo além das suas condições naquele momento.

Em resumo, o Cruzeiro precisa ser humilde e talvez o técnico Marcelo Oliveira tenha de voltar a carga para algo que já foi falado e treinado.

O Cruzeiro nunca ficou de fora da fase de mata-mata da libertadores e acredito que se o time entrar com humildade e paciência vence o jogo no Chile e o da volta contra o Real.

Para a torcida: Cobrar e apoiar é parte de cada um. Existem os que gostam de cantar as músicas anti-rival e existem os que não gostam de cantar música alguma.

Uma coisa é certa, se o Cruzeiro passar, e acredito que consiga, vamos manter a mesma humildade e união sem achar que vamos atropelar todos os times de forma fácil. Não vamos.

A própria torcida esperava o time passeando na fase de grupos em um chave com times considerados fáceis.

Humildade do começo ao fim. Nada de “nada mais interessa”. Isso ficou no passado. Agora tudo interessa, cada pedaço de grama arrancada tem seu valor e o torcedor tem que literalmente estar com sangue nos olhos em dias de jogos da Libertadores, para que no final, ao levantar a taça, ai sim possamos gritar que o campeão voltou.