Henrique capitão, o que mudou?


Com a lesão do goleiro Fábio, várias incertezas pairaram no céu estrelado. Quem assumiria nossa meta? Quem seria o líder do time dentro de campo?

Henrique é o jogador do atual elenco com maior número de jogos pelo Cruzeiro, após o goleiro. Chegou ao clube como jogador desconhecido, com passagens apagadas pelo Figueirense e pelo futebol japonês. Teve um começo complicado. Lembro-me de questionar por várias vezes sua contratação e escalação em alguns jogos, pois, de fato, não conseguia desempenhar um bom papel em seus primeiros momentos no Maior de Minas.

Indicado por Adilson Batista, desembarcou em BH junto a uma leva de volantes e não teve espaço logo de início, pois disputava posição com Fabrício, Ramires, Marquinhos Paraná e Charles, que demonstravam melhor futebol e entrosamento.

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Com o passar do tempo e com a saída de alguns jogadores, nosso camisa 8 foi ganhando espaço e conquistando o respeito e admiração da torcida Cruzeirense. Nunca reclamou por ser reserva e conquistou em campo todo o sucesso atual. Sucesso que inclusive o fez ser lembrado numa convocação da Seleção Brasileira. Costumo dizer que Henrique é o termômetro do nosso meio campo, que acompanha suas boas e péssimas fases.

Fato é que o jogador voltou ao clube em 2014 jogando em alto nível, após passagem apagada pelo Santos, onde foi prejudicado por lesões. Conquistou novamente a titularidade com a contusão de Nilton, titular absoluto em 2013, e não largou mais. Henrique é daqueles jogadores que dizemos dar certo apenas no Cruzeiro. Como Marcelo Moreno e o próprio treinador Adilson Batista.

Ter um jogador de linha como capitão muda um pouco a forma como o time se comporta em campo. Um líder que dá carrinho e chega junto na arbitragem conquista mais respeito dos adversários, juízes e do próprio time, que tem em seu capitão exemplo de garra e comportamento. Henrique reúne todas essas características, somadas a uma incrível humanidade, além de demonstrar uma liderança ímpar dentro e fora de campo que, até então, não tínhamos conhecimento.

Não questiono a liderança e importância que Fábio tem para o time em todos esses anos como capitão, mas estes detalhes podem fazer a diferença dentro dos jogos.

Henrique assumiu sua condição de líder dentro do elenco, e seu futebol o acompanhou. Crescendo bastante nos últimos jogos e nesse ano como um todo, o jogador, que inclusive vem fazendo alguns gols, se mostra mais aguerrido, orientador e organizador. Em poucas palavras, Henrique, hoje, é o termômetro e o líder do Maior de Minas.

Por: Luciano Batista

Fotos: Alexandre Loureiro/ Lightpress/ Cruzeiro