Guerreiros em Debate: Mudança de comando no Cruzeiro


Nesta quinta-feira(03), no Guerreiros em Debate, os nossos colaboradores Fernanda Martins e Diego Garrido, tiveram a missão de falar sobre os prós e os contras de uma possível mudança de comando do Cruzeiro. Fernanda Martins faz uma análise do trabalho de Vágner Mancini e diz porque considera boa a manutenção do treinador, já Diego Garrido nos mostra porque considera a troca o melhor para o time. E para você torcedor, qual a melhor saída? 

Fé em Mancini – Por: Fernanda Martins

Esta semana, o técnico do Cruzeiro, Vágner Mancini falou sobre a “limitação” do elenco celeste. Apesar da contestação da torcida, em relação ao seu trabalho, o comandante cruzeirense foi muito coerente em seu discurso. Depois da precoce eliminação no Campeonato Mineiro, a possível saída do profissional se tornou, para muitos, uma questão de tempo. No entanto, é importante lembrar que as atuais opções do mercado e a realidade financeira do Cruzeiro não nos permite sonhar com alguém tão diferente do atual treinador.

Mancini é jovem, mas mostrou amadurecimento profissional. É verdade que muitas vezes, insistiu em um esquema tático que não gerou bons frutos. Porém, preciso lembrá-los que treinar um time de preguiçosos e com peças que não sabem fazer o básico é uma tarefa árdua até mesmo para Pep Guardiola.

O atual time do Cruzeiro é fraco, a defesa é irregular, uma dupla de laterais vergonhosa e, simplesmente, não contamos com um cabeça de área que tenha poder de decisão. Para piorar, o time sofre com jogadores no Departamento Médico e agora, não temos o direito de saber por quanto tempo um jogador ficará fora do campo e qual a gravidade de uma lesão.

Depois do fracasso do último domingo, resta ao treinador provar que sabe se posicionar e comandar um time com o porte do Cruzeiro. Para isso, o tempo será curto e a Copa do Brasil é o momento. Ontem, contra o Furacão, Mancini “ganhou” mais um ponto contra a sua permanência. O problema está além da derrota, passa pela baixa qualidade de jogo do time e falta de esquema. Um bom desempenho na Copa do Brasil, poderia significar a redenção do comandante diante da sua torcida e uma oportunidade de ouro para o treinador.

Não dá mais para Vágner Mancini – Por: Diego Garrido

Salve, Nação Azul! Dias difíceis rondam a Toca e já nos trazem lembranças muito recentes. Vágner Mancini chegou ao Cruzeiro como a última opção para salvar o time do rebaixamento e cumpriu a missão, apesar da irregularidade.

Nas três vitórias conseguidas pelo treinador no Campeonato Brasileiro de 2011, nada se viu de extraordinário em relação a escalação ou ao posicionamento da equipe. Pelo contrário, vencemos partidas confusas, na raça e na vontade. Já tivemos amostras de que o treinador ainda não está pronto para projetos duradouros em grandes clubes do futebol Brasileiro. Fracassou por todos em que esteve. Vágner, tenta agradar a gregos e troianos ao escalar com esquemas românticos, quase poéticos, que levam os saudosistas jornalistas matinais à loucura, mas jamais serão efetivos em um elenco tão limitado.

O treinador, peca também pela falta de visão. Na partida de ida das oitavas-de-final da Copa do Brasil, diante do Atlético, reclamou ostensivamente da falta de cobertura por parte do esforçado Diego Renan, que falhou na cobertura. Ora, Mancini! Nós, meros e apaixonados torcedores, estamos percebendo este problema há meses e parece que nenhuma providência foi tomada. A impressão que se tem é de que não há treinamento, orientação tática e de posicionamento nos trabalhos realizados na toca. Esse “desleixo” não pode ser tolerado em um clube que conta com uma torcida tão exigente como o Cruzeiro. Fazer alterações para agradar torcedor não é o melhor caminho para manter o emprego. Paulo Cesar Gusmão e Oswaldo de Oliveira que o diga.

Três atacantes não vão deixar uma equipe mais ofensiva, se o meio de campo estiver dominado pelo adversário, devido à superioridade numérica no setor. Parece tão lógico que me recuso a acreditar que não haja ponderações por parte dos que administram o futebol Celeste.

Tive a oportunidade de acompanhar pessoalmente os trabalhos do treinador e pude perceber que ele é querido pelos jogadores. Exceto Montillo, que sempre me pareceu distante da comissão técnica. Talvez o Argentino, assim como eu, julgue que “o jogo” de Vágner prejudique seu futebol e o sobrecarregue. Penso o mesmo sobre Victorino. Teve boas atuações no ano passado e caiu de produção junto com a equipe. Vejo com nitidez a sobrecarga que sofrem os zagueiros, já que os laterais e volantes falham ao impedir cruzamentos e jogadas de ataque em profundidade e diagonais.

Um mau esquema tático pode sacrificar grandes jogadores e cabe ao treinador fazer a equipe jogar por aqueles que podem fazer a diferença. Mancini parece ser uma pessoa de caráter, mas ainda não está pronto para o Cruzeiro.Uma providência deve ser tomada antes que seja tarde. E que Mancini aceite nossos eternos agradecimentos.