Gigante pela própria natureza


Gigante pela própria natureza

Assunção, Paraguai. Quarta-feira, 30 de abril de 2014.

Um empate no primeiro jogo, dentro da nossa casa. Um estádio lotado. Um adversário defensivamente sólido. A necessidade de marcar. O nosso próprio nervosismo.

Quantos adversários teríamos que vencer!

Entramos em campo, mas apenas na teoria. Jogávamos mal, sem cobertura eficiente dos volantes, estagnados no ataque e errando uma quantidade enorme de passes. Enquanto isso o Cerro ia ao ataque, e o gigante Fábio fazia a sua parte; no que ele não pôde, o travessão colaborou.

E assim o jogo caminhava. Não tínhamos posse de bola. O fim do primeiro tempo trouxe um alívio.

Veio a segunda etapa. Com ela, veio um Cruzeiro mais incisivo, porém sem o capricho necessário no último passe, ou na finalização. Se lembram do adversário “nervosismo”, e do adversário “necessidade de marcar”? Se tornavam maiores, à medida que o tempo passava.

20, 25, 30 minutos. O gol não sai. Pior: Bruno Rodrigo expulso. O que era nervosismo se tornava angústia. Alguns do outro lado preparavam os fogos, as provocações, as piadinhas. Nos restava a fé, a esperança de um golzinho, não importa como fosse. Queríamos a bola balançando as redes.

35. Éverton Ribeiro coloca a bola na área. No meio de tantos defensores do Cerro, um jogador de branco salta mais alto e cabeceia, encobrindo o goleiro. Gol. Festa. Euforia. Dedé. O Mito. Quem diria? Estávamos à frente.

Era hora de gastar o tempo, de fechar o time. Dagoberto, que entrara ao lugar de Willian, já não era atacante, fazia a cobertura do lateral esquerdo. Foi em um desses lances que ele conseguiu causar a expulsão de um dos nossos adversários. É, o jogo mudou. O que não era pra nós, estava absolutamente em nossas mãos.

Jogávamos simples. Léo deu um bico para frente. A zaga falhou. Dagol. O gol dos gritos ensurdecedores. O gol dos abraços efusivos. O gol do alívio. O gol do gigante!

Fim de partida. Menos um à nossa frente. Obrigado, gigantes. Não posso deixar de confessar que temi, mas posso garantir que confio em vocês.

A próxima final é contra o San Lorenzo, e a decisão será em nossa casa. Pelejem por nós, mais uma vez. Nossa parte? Faremos. E ainda mais bem feito.

E que aprendamos: quanto maiores forem as dificuldades, maior será a nossa capacidade de superá-las. Porque somos gigantes, somos Cruzeiro.

Avante, meu Cruzeiro!

AVANTE GIGANTES!