Fomos campeões: o que mais vocês querem?


Fomos campeões: o que mais vocês querem? - Cruzeiro Esporte Clube

Depois de um hiato de dez anos sem grandes conquistas, vencemos, de forma absoluta e incontestável, o Campeonato Brasileiro, com incríveis quatro rodadas de antecedência (na verdade, quatro rodadas e meia). O objetivo, almejado pela diretoria e questionado por muitos, foi alcançado com sucesso, e bem antes do tempo, já que a maioria (inclusive eu) pensava que esse seria um time para o futuro, que não teria resultados tão rápidos. Vencemos! Mas, espera… Por que ainda cobram? O que cobram?

Será que a ala insatisfeita da torcida achou que os jogadores entrariam nessas últimas quatro partidas com o mesmo empenho que jogaram durante todo o campeonato? Um adjetivo a vocês: iludidos. Quando atingimos metas antes da hora, o relaxamento é normal. A nossa vida é assim! Na escola ou faculdade, por exemplo, quando você atinge o seu objetivo em determinada matéria, o mais normal é que você deixe de priorizá-la, deixe de se esforçar por ela, já que seu esforço já foi recompensado ao longo do ano.

Falta de profissionalismo… Por quê? Não acho que com falta de profissionalismo chegaríamos até aqui. Não acho que se houvesse falta de comprometimento, não estaríamos gritando “Tricampeão”. Citam Dedé, que foi uma peça importantíssima nessa temporada, por ele ter declarado que preferia não enfrentar o seu clube do coração. Admiro a sinceridade dele! Em um mundo onde o futebol é, cada vez mais, movido a dinheiro, a paixão que o ‘ser humano’ Dedé tem falou mais alto do que o ‘profissional’ Dedé. Me coloco no lugar dele: se eu fosse jogador profissional, com meu time campeão, prestes a enfrentar o Cruzeiro, com sérios riscos de rebaixamento, é claro que eu preferiria não jogar. Talvez o erro dele foi ser muito sincero, ser muito verdadeiro nas suas palavras. Não se espera isso no futebol.

Reclamam do “corpo mole”. O que valia a partida do último sábado? Temos mais objetivos, a não ser quebrar recordes? É fato que jogamos com um time misto. Desorganizados defensivamente, devido à falta de entrosamento e de qualidade de alguns que atuaram ontem, não jogamos bem. Mas falar que entregamos? O placar do jogo foi 2×1, e ainda tivemos um gol, a meu ver, mau anulado; finalizamos 12 vezes em direção ao gol, fora as outras tantas para fora; foram 20 desarmes e, durante a maior parte do tempo, tivemos mais a bola que o adversário. Onde se aplica o corpo mole? Podemos não ter jogado no melhor que podemos, mas já fizemos partidas piores nesse Campeonato, e com o time titular (contra São Paulo e Atlético-MG, por exemplo).

O Vasco tem o que disputar; um cochilo, e a Série B os chama de volta. Como exigir a mesma intensidade de um time que joga, apenas, para cumprir tabela? O que mais querem do Cruzeiro? Que entrem pra disputar cada bola com intensidade? Quanto vale o Brasileirão para nós? Se ganharmos os dois jogos que faltam, seremos campeões; se perdemos, continuaremos campeões. Ou vocês preferiam um time oscilante, que correu riscos durante todo o campeonato, mas que vencesse as últimas partidas?

Sinceramente, torcedor, uma coisa é ser exigente. Outra, completamente diferente, é ser irracional. Acredite na teoria que quiser, mas já vou avisando: não importa qual é essa teoria, o Cruzeiro é TRI.

Saudações Celestes!