13 mar Fábio ou Rafael?
Aproxima-se o retorno de Fábio às relações de jogadores para as partidas, mas o torcedor e o treinador cruzeirenses encontram-se numa boa encruzilhada. Afinal, Fábio ou Rafael? Qual seria a melhor opção para assumir a titularidade da meta estrelada? Nossa camisa 1 está em boas mãos.
Fábio teve o azar de sofrer uma grave lesão e ceder lugar ao seu (eterno?) reserva no meio do ano passado, no jogo contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Vale ressaltar que, a princípio, a vaga foi ocupada por Lucas França, já que Rafael e Elisson, que tinham prioridade na “linha sucessória” de Fábio, também haviam sofrido lesões.
Rafael está no elenco profissional do Cruzeiro desde 2008, e vem aguardando uma oportunidade como a atual para mostrar serviço. Campeão de importantes torneios de base com a camisa cinco estrelas e seleção brasileira, o goleiro chegou ao time principal com a missão de se preparar para, a longo prazo, substituir simplesmente o maior goleiro da história do clube (não há como negar).
Aprendi com o tempo a respeitar quem nos ajuda a crescer, e Fábio tem minha mais sincera admiração. São mais de 10 anos vestindo e honrando a camisa mais pesada de Minas Gerais. O eterno capitão certamente será lembrado por todas as próximas gerações de cruzeirenses, como ídolo que é. Assim como são lembrados Zé Carlos, Tostão, Dirceu Lopes, Alex, Sorin, Raul, e por aí vai. Fábio fez muito mais que alguns deles, diga-se.
Porém, acredito ser a hora de passar o bastão definitivamente ao Rafael. Ou melhor, se preparar para uma aposentadoria épica, como exige a ocasião.
Em 2009, em sua aposentadoria, Sorín foi muito feliz em dizer que havia cumprido sua missão no Cruzeiro, e não conseguia mais contribuir no futebol. Creio que com o Fábio a situação é um pouco diferente, pois, em minha visão, o goleiro ainda tem lenha para queimar, mas não sei se sua motivação e reflexo o acompanharão por muito tempo, como exige o futebol atual. Cabe ao capitão ter a sensibilidade de, quando se sentir à vontade para tal, pendurar as luvas e deixar de ser jogador profissional, para se tornar uma lenda.
Não tenho pressa em assistir ao final da carreira do Fábio. Afinal, são tantos bons serviços prestados que me sinto afortunado em poder assistir a um dos maiores atletas que já passaram por Minas Gerais. Ao mesmo tempo, me sinto imensamente feliz em saber que a meta cruzeirense estará em boas mãos por, pelo menos, 15 anos.
A nossa base é uma fábrica de ótimos goleiros. Podemos bater no peito com orgulho e dizer que temos a melhor escola da posição no país. São anos servindo as seleções de base e, todos os nossos goleiros reservas do time profissional são oriundos da Toca I. Isso é para poucos.
Temos excelentes peças na posição para os próximos anos, todos revelados por aqui. Rafael, Georgemy, Lucas França, Lucão. Todos eles, exceção ao Lucas França, com passagens pelas seleções de base e que já mostraram grande potencial para assumir a nossa camisa 1.
Fábio ou Rafael? Não vou ficar em cima do muro, e optarei pelo Rafael, pelo seu momento iluminado e possibilidade de seleção brasileira. Creio que o desenvolvimento do atleta e sua importância atual no time são mais importantes no momento. Mas que seja uma preparação para uma série de homenagens que Fábio merece.
Por: Luciano Batista