Existe um limite. Para tudo.


Até onde vai o limite da oscilação? Não existe meio-termo entre boas e pífias atuações? E acima de tudo, qual é a vontade dos jogadores, comissão técnica e dirigentes em atuar e tirar o Cruzeiro desse momento? São perguntas das quais a resposta tem se tornado cada vez mais raras em se tratando do atual time cruzeirense. Um time irregular, sem um pingo de alma, sortudo até o momento por existirem outras equipes piores na tabela e que já não engana mais sua torcida.

Tive o desprazer de ver a partida de do último domingo e reitero que, diante dos desfalques e a já comprovada oscilação do time, a derrota era eminente, certa. A questão é como as derrotas do Cruzeiro vêm acontecendo, cada uma mais ridícula que a outra. Sem tesão pela vitória, é uma equipe derrotada, que se conforma em apresentar futebol oscilante a cada rodada. Do banco, Celso Roth continua apostando em jogadores nulos como Sandro Silva, Fabinho e Marcelo Oliveira. Já começa a ser questionado e com razão, as justificativas já estão ficando batidas.

Ao mesmo tempo em que caminhamos para ver mais um ano insosso do Cruzeiro, me pergunto o que se passa na cúpula celeste. Sinto uma enorme sensação de conformidade a cada novo revés – do pouco ao nada é cobrado, caras não são dadas, discursos vazios são ensaiados pelos jogadores. E o pior, a mesma sensação de abandono do final da gestão Perrella vai se caracterizando.

Onde está o presidente Gilvan, o diretor de futebol Alexandre Mattos e outros de igual responsabilidade, para atuar em cima, chegando junto nesse elenco mimado que a cada atuação patética como a vista no Paraná diz que “vai rever os erros(…) esse não é o Cruzeiro(…) na próxima partida vão melhorar…” ? A omissão começa a assombrar pestilencialmente o clube, mais uma vez.

Jamais sendo o foco e embrião do real problema, cito também que tenho notado uma imprensa mineira bastante conformada e “bem intencionada” com a atual situação vivida pelo Cruzeiro. Digo isso já que nos saudosos tempos de bom futebol, era comum certos setores da imprensa questionarem tudo, até o inquestionável, nitidamente com o intuito de desestabilizar. Tivemos inúmeros exemplos. Porém vejo que hoje, com o barco aos poucos naufragando, o trabalho de cobrança que cabe a tal seção já não vem sendo o mesmo. Já não se cita nomes como outrora, apontam-se dedos, menos ainda se questiona com o mesmo fervor a fim de dar um tapa de realidade naqueles que compõem o Cruzeiro hoje. É como se não fosse necessário fazer isso.

Talvez seja por evitar tal comportamento é que nosso Portal tenha alcançado tamanho respaldo entre os que respiram Cruzeiro nos últimos anos e meses; não dá mais para passar a mão na cabeça. A cobrança àqueles que respondem pelo clube precisa acontecer em constante atividade, de forma dura quando se faz necessária.

Já em voltas de prognósticos para a partida contra o Atlético, vejo-me na seguinte situação: o Cruzeiro atual é tão irregular, mas tão incerto, que não me surpreenderia uma vitória. Assim como uma derrota acachapante. Nada mais me surpreende nesse Cruzeiro, essa é a péssima verdade. Creio que o amigo leitor sinta o mesmo. Por ser ainda cedo na semana, me abstenho a fazer qualquer afirmação mais profunda quanto ao jogo do próximo domingo. Fato é que entraremos jogando completamente abaixo do nosso rival e inspirando pouquíssima confiança. Mesmo assim, é OBRIGAÇÃO a hombridade de ir atrás da vitória, a mais importante delas. Sem ela, o mínimo que se espera são mudanças, em todas as instâncias falhas.

Peço desculpas ao amigo leitor por não chegar aqui e apresentar mundos e fundos como soluções para o nosso atual momento. Queria eu poder ser esse cara. Entretanto, não creio que existam outros paliativos melhores além da boa e velha trinca: vergonha na cara, pulso firme aliado à cobrança e jogar bola. A cura definitiva? Boas ideias de início seriam partir desse prontuário.

Foto: VipCommNesta segunda, o programa Guerreiros em Debate, da Rádio Guerreiro dos Gramados recebeu, AO VIVO, às 21 horas, o ex-zagueiro e ex-treinador do Cruzeiro, Adilson Batista, e, repercutiu tudo sobre a péssima atuação do Cruzeiro contra o Coritiba.

Firme Guerreiros. Sairemos desse limbo!

Foto: VipComm