Ética e responsabilidade, quem tem o direito de cobrar?


Salve, Salve Guerreiros, mais uma vez temos matéria polemica e controversa, nada mais nos surpreende e causa repulsa no futebol mundial que os erros de arbitragem, que os avanços tecnológicos conseguem detectar com maestria as falhas humanas com mais eficiência. Mas como falar em erros de arbitragem sem falar da postura da imprensa frente aos erros de arbitragem no futebol brasileiro.

Todos sabemos que erros são comuns, naturais e inerentes a conduta humano, mas com a evolução procuramos nos planejar para minimizar os erros e seus efeitos, atualmente os principais erros do âmbito futebolístico são justamente os impedimentos mau marcados, e interpretações distintas para situações semelhantes muitas vezes dentro do mesmo jogo, faltas marcadas de um lado e não aplicadas no outro.

As cartilhas da CBF e da FIFA sobre as recomendações aos árbitros geram duvidas, tem textos interpretativos e não deixam claras as normas de condutas a serem tomadas. Estas quando aplicadas, não somente ao futebol nacional, mas mesmo no limo do futebol mundial, tem constantes erros, muitas vezes eles não justificam as derrotas, mas outras vezes encobrem as vitorias.

Conceitualmente, portanto analisando de forma fria e calculista, podemos concluir que se há duvidas nas normas criadas há também em suas aplicações dentro do meio. Mesmo com todos os recursos usados, há inúmeros lances passiveis de interpretações que podem ocorrer de maneiras distintas conforme o ângulo e o interesse do fato observado. Assim critérios que deveriam ser balizadores da conduta, são questionados em todos os momentos.

O que fica claro é que os erros são constantes, rotineiros, muitas vezes prejudicam os mais fracos ou aqueles que menos cobram este posicionamento. Mas é evidente que acontecem. Nosso questionamento é justamente sobre estas cobranças realizadas aos árbitros, uma vez que os erros são normais, costumeiros e inerentes à profissão. Por que são tratados como únicos fatores de derrota em alguns casos? Por que a mídia se torna tão taxativa em dizer que clube A ou B foi prejudicado, sendo que na partida anterior o mesmo A ou B foi favorecido?

Por um futebol ético e coerente os times devem ter uma postura uniforme e digna, pois alguns clubes somente reclamam desta conduta quando são prejudicados, mas esquecem das inúmeras vezes que são beneficiados, e a postura do meio jornalístico em dar espaço às reclamações exacerbadas quando é de conveniência dos interesses próprios.

Com postura jornalística independente e profissional o canal de comunicação deve postar como forma de conduta da mesma maneira em casos idênticos, assim como na arbitragem, não devendo haver dois pesos e duas medidas para atos idênticos. Fatos estes que não acontecem nem no futebol, muito menos na imprensa nacional. O jornalista ou canal de comunicação que da credibilidade ao clube prejudicado por atitude inadequada da arbitragem, deve também questionar quando o clube é ajudado, não devendo, portanto colher os louros de acordo com seus interesses comerciais.

Assim sendo, tanto o arbitro quando o jornalista que tem condutas distintas para o mesmo ato deve rever seus conceitos públicos, éticos e morais, realizar uma reciclagem e se adequar a conduta para o exercício da função. E se esta não for plausível com a atividade realizada deixar o meio e buscar outra função social.

Por: Vander Araujo