Escalações diferentes a cada jogo: ESTÁ CERTO?


O Adílson é o técnico e é ele quem escala o time. Mas, para mim, uma coisa é clara: ou a gente faz os adversários ficarem preocupados com nosso time, ou as chances de título ficarão mais distantes.
 
Início de 2008. Pré-Libertadores e fase de grupos. O Cruzeiro dava show. Os contratados Jadílson, Fabrício e Marquinhos Paraná se juntavam a Charles, Ramires, Wagner, Marcelo Moreno e Guilherme. A torcida se acostumou a escalar o time no “4-3-1-2”, esquema adotado por Adílson Batista. O casamento entre jogadores de qualidade e esquema tático encaixado parecia ser vencedor. Aí o técnico muda o esquema jogando fora de casa. “Precisamos estudar mais o adversário”, “ter os devidos cuidados”, “eu tenho consciência do que estou fazendo”, foram frases muito ouvidas, entre outros chavões.
 
As derrotas vieram. As conquistas escaparam entre nossos dedos. Chega agora o ano de 2009, o time se reforça com bons nomes, o técnico e o esquema estão mantidos. A torcida espera um ano melhor. Mesmo assim, basta falar que vamos jogar fora de casa um jogo importante e o técnico se preocupa mais com o adversário do que com o próprio time. Deixa de usar o melhor que tem em cada posição e dar medo no adversário, para usar um esquema sem criatividade, fácil de ser marcado e chamando o adversário pro jogo.
 
Nos últimos títulos importantes vencidos pelo Cruzeiro em 1996, 1997, 2000 e 2003, a gente tinha Levir Culpi, Paulo Autuori, Marco Aurélio e Luxa no banco. Bons ou ruins, criticados ou não, os times jogavam no mesmo esquema. Não havia “invenção” de jogadores fora de sua posição, A NÃO SER EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA POR FALTA DE ATLETAS, como hoje acontece com Gérson Magrão na lateral-esquerda. Por curiosidade, o esquema em todas as conquistas citadas foi…4-3-1-2, como hoje. Podem conferir.
 
As derrotas são normais, fazem parte do jogo. Estudar o adversário e mudar o esquema para vencer é papel do treinador. Mas times campeões de verdade são conhecidos não apenas por neutralizar seus adversários, mas principalmente porque, dentro ou fora de casa, o campeão se mostra superior aos outros times dentro de campo, sem mudar o seu jeito de jogar. Eu ainda quero ver o Cruzeiro 2009 jogando assim fora de casa para ser campeão – porque num mata-mata, perder de 4×0 como contra o Estudiantes significa eliminação.
 
Abraços a todos. Avante Cruzeiro.