É o momento de usar a inteligência



A escolha de Emerson Ávila como treinador Cruzeirense foi acertada. Ele me parece um pouco tímido, mas, conhece a essência do clube, e tem potencial para armar bem a equipe conforme o torcedor já está acostumado.
Coisa que Joel Santana não sabia fazer. Ele se dizia orgulhoso em trabalhar em um dos clubes mais organizados do Brasil, mas não conhecia nossa tradição. Tanto é, que não sabia o nome de um dos nossos principais jogadores, na época, Thiago Ribeiro.

Esse ano, infelizmente, acho difícil a equipe se acertar, e conseguir uma vaga para Libertadores. Condições matemáticas, logicamente, existem. O campeonato está o mesmo dos últimos anos, equilibradíssimo. Faltam muitas peças, aquelas que sempre comentamos: lateral esquerdo, direito, atacante…e ‘bla, bla, bla’…

Entretanto, com o novo treinador, o time se torna, pelo menos, mais organizado. A postura vai ser outra.

Uso como exemplo, nas devidas proporções, é claro, o Barcelona. Guardiola, que não para de bater recordes no clube, foi formado lá, possui o DNA do clube. Assim como a maioria dos seus jogadores: Xavi, Iniesta, Pedro, Messi, Puyol… 

Pode, quem sabe, ser o caso de Emerson Ávila. A oportunidade foi dada, agora, é esperar.

Em relação aos jogadores, o Cruzeiro mal consegue formar um, e já o vende. Culpa da visão totalmente capitalista de seu presidente, que vê um clube de futebol como uma empresa que precisa de lucros. Lucros para um time de futebol são as vitórias! São elas que fazem o time se engrandecer! São os títulos que fazem o time ter mais torcida, patrocínios, mídia e etc, e assim, captar mais recursos para cobrir os gastos.

Mais uma vez, uso o exemplo europeu: O Manchester City possui muito mais dinheiro que o Barcelona, entretanto, a grandeza do time catalão, é infinitas vezes maior. Por que eles usam a inteligência. Desde a base, os jogadores já sabem a essência do clube. Se chega uma contratação nova, é ela que tem que se adaptar, e não o contrário.

Me diga o que era o Santos, antes dessa geração arrebentar com Dorival Júnior em 2010?

Pense, agora, que o poder de mídia deles, é comparável ao do Corinthians e Flamengo. Foram dois campeonatos paulistas, uma Copa do Brasil, e uma Libertadores.

Foram milhões de Euros recusados por suas jóias brilhantes, e outros, que vieram para o caixa, que foram das vendas dos COADJUVANTES das estrelas. Ao invés de garantirem a tal ‘independência financeira’, os dirigentes santistas preferiram valorizar a marca. A torcida vai aumentar, as cotas de patrocínio já subiram, e os frutos desse ‘sacrifício’, vão ser colhidos, ainda, por um bom tempo.

Perrela já pensa o contrário. O time precisa de fazer caixa, vendendo seu mais importante patrimônio, o jogador. O clube é uma empresa, e o Cruzeiro , tem de manter a ‘balança comercial’ estável, dessa forma.

Espero que a nova gestão vise fortalecer a marca do clube, que não busque, somente, o domínio entre Minas Gerais – já consolidado – e que tenha atitude, realmente, para ser o melhor clube da América. Seja por meio de sócios torcedores, por meio do fortalecimento do clube, e não, de venda das nossas estrelas. O futebol brasileiro está entrando em um novo patamar, e o Cruzeiro, não pode ficar estagnado.