15 dez Dossiê Fábio – Opinião: Afinal de contas, Fábio é ídolo ou apenas mais um?
Desde que chegou ao Cruzeiro, Fábio conquistou 4 Campeonatos Mineiros, ou seja, metade dos que disputou. O domínio celeste nos gramados estaduais, porém, não foi o suficiente para construir conquistas maiores.
Nem mesmo o vice-campeonato da Libertadores em 2009 ou do Brasileirão 2010 foram suficientes para que muitos admitissem colocar o goleiro no panteão de ídolos do clube, tão acostumado às grandes conquistas, mas carente das mesmas nos últimos anos.
Por outro lado, em função do grande ciclo do atleta no clube e de bons momentos individuais, muitos consideram que este jejum não impede de ter Fábio como um ídolo ou referência da atual equipe.
O debate é quem e, devido a isso, organizamos o dossiê com fatos sobre a passagem do goleiro pelo Cruzeiro para ajudar você a formar sua opinião. Jornalistas convidados também deram o seu parecer sobre Fábio e agora é a vez dos autores do dossiê. Confira a nossa opinião, assista o vídeo preparado pelo cinegrafista Rodrigo Genta com alguns dos momentos mais positivos do goleiro pelo clube e participe da enquete que visa conhecer o que pensa a China Azul acerca do atual camisa 1 do time estrelado. Fábio deve ser considerado ídolo do Cruzeiro?
João Henrique Ferreira de Castro
Acompanho o Cruzeiro desde os anos 90 e posso dizer que, na minha opinião, Fábio foi o melhor goleiro que passou pelo clube desde a saída de Dida, tanto debaixo das traves como referência para o grupo, embora outros, como André e Gomes, tenham conseguido títulos mais importantes.
Quando Fábio chegou no Cruzeiro, confesso que não gostei. Achava-o fraco e sobrevalorizado pela imprensa carioca. Seus primeiros anos, como pudemos relembrar neste dossiê, realmente não foram dos melhores, mas Fábio nunca se abateu, recusou as críticas (às vezes de forma até exagerada, em momentos que cabia reconhecer falhas), trabalhou e se tornou um dos melhores do país.
Desde a saída de Alex, o Cruzeiro busca ainda um novo ídolo, um novo líder. Fred tentou a condição, mas durou pouco. Sorín voltou, mas quase não entrou em campo. Montillo brilha, mas também carece de títulos. Sendo assim, devemos considerar que o Cruzeiro não tem ídolos há dez anos?
Sinceramente, não concordo. A importância do Fábio, como líder e como representante do clube junto à torcida, é enorme. Vibramos com suas defesas de forma especial, torcemos por uma justa vaga na seleção, aliás, torcemos por ele. Não são tantos que mexem tanto com uma torcida e como clube grande não pode ficar tanto tempo sem um ídolo na história, Fábio é o maior que o Cruzeiro teve desde que Alex deixou o clube.
Stefano Poke Marchesini
Idealizei e botei a “mão na massa” nesse Dossiê Fábio, talvez com o intuito de me posicionar sobre o que o Fábio representa para o Cruzeiro e, sinceramente, após esse ano-a-ano, não sei me posicionar muito bem quanto ao que o nosso camisa 1 representa. Fábio se encaixa em uma categoria que poucos jogadores estiveram: o jogador que é acima da média e abaixo dos ídolos. Não vejo Fábio ocupando o mesmo lugar que Raul e Dida, mas o vejo acima de grandes goleiros que foram campeões com a camisa celeste (por exemplo, André e Gomes). Fábio é diferenciado, como goleiro e como pessoa. Não há razão ou certeza para definir sua posição no clube. A idolatria que alguns têm com o mesmo é tão aceitável quanto à falta de empatia de alguns outros.
Não sei explicar, ao certo, o que falta para Fábio ser considerado um ídolo unânime. Talvez títulos. Talvez atitude. Mas talvez falte apenas tempo, para que esse reconhecimento venha da forma como ele deve merecer. Dentre todos os defeitos, Fábio é – isso os números do Dossiê provam – nos últimos anos, o melhor goleiro do Brasil.